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Conferência 2: A relação entre produção artística e reflexão teórica/Resumo do debate imersivo

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Comunicações
Considerações finais

Conferencistas: Suzanne LafontJosé Teixeira Coelho; Debatedores: Cristiana Tejo, Luiz Guilherme Vergara, José Resende, Ton Marar, Rejane Cantoni, Peter Pal Pelbart, Carla Zaccagnini; Moderador: Martin Grossmann. Auditório 1.
Relatores: Maria Teresa Santoro (resumo e relato), Paula Braga (coordenação de relatos)

Resumo do debate imersivo

(Por Maria Teresa Santoro)

O debate imersivo que aconteceu na tarde desta segunda-feira (08 de agosto de 2005) discutiu as idéias apresentadas na conferência da manhã pela artista francesa Suzanne Lafont, pelo crítico de arte José Teixeira Coelho e que foram mediadas por Martin Grossmann sobre a relação que se faz entre a produção artística e a reflexão teórica. Nesse contexto, quando questionada, Suzanne aponta que não há, em seu trabalho, uma relação entre teoria e prática artísticas pois, para ela, o pensamento plástico não se faz com conceitos, ele tem outros elementos constitutivos como o espaço, os elementos da fotografia e do cinema e o deslocamento, entre outros. Para a artista, o pensamento teórico vem a posteriori, e é importante salientar que Lafont referia-se a seu próprio pensamento teórico: como ficaria claro ao longo do debate, a artista francesa não se sente dependente ou influenciada pelo pensamento teórico de seus contemporâneos.

Para o teórico e crítico de arte Teixeira Coelho foram feitas perguntas sobre o papel do crítico, do artista e do curador de arte. Teixeira Coelho  argumenta que a arte já não cumpre o papel que cumpria até o século XIX, que era levantar questões filosóficas, existenciais sobre o mundo e o ser. O teórico e crítico de arte arrisca a afirmar que a cultura da arte é, hoje, maior que a arte. E ele se questiona e questiona a platéia sobre a possibilidade de a arte ter se transformado em fato da natureza: como um trovão, que ocorre sem ser questionado. Se esse é um fato da arte, então, para o teórico não haveria mais o que dizer sobre a arte e, concomitantemente, não seria necessário produzir perguntas, pois os fatos da natureza simplesmente acontecem e não se fazem perguntas sobre eles. Repetindo a posição que tem assumido em seu trabalho teórico, Teixiera Coelho citou Godard ao afirmar que a cultura é a regra e a arte é a exceção. O crítico finalizou sua discussão recuperando conceitos apresentados na palestra da manhã, de que a crítica deve se apoiar em determinados critérios para não se transformar em um comentário fácil da obra de arte. Esses critérios de análise e crítica da obra de arte estariam apoiados em um historicismo reflexivo, associados a valores estéticos essenciais trans-históricos, assim como a uma intempestividade que toma a própria época para contrariá-la, virá-la pelo avesso, em uma postura artística que sempre vai contrariar o modus pensante da época, seus hábitos e costumes.