Texto apresentado por Adriana Mortara

1º Encontro das Ações Educativas em Museus da cidade de São Paulo. Mesa 2: Avaliação de Ações Educativas em Museus – 14/08/2006
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“...quanto mais entendermos o que acontece durante uma visita, tanto mais seremos capazes de planejar exposições que atendam às necessidades de nossos visitantes; e estaremos mais capacitados para fornecer um ambiente onde possa ocorrer aprendizagem.” (Roger Miles, 1993)

Concordando com a afirmação de Miles, acredito que a meta principal da avaliação é produzir informações de qualidade para tomada de decisões, seja em um museu ou em outras instituições culturais e educacionais.

Nesta apresentação pretendo trazer dois exemplos de avaliação de ação educativa em museus, traçados desde a concepção de educação até sua aplicação na prática. Isso porque a avaliação não se dá de forma isolada, mas como parte de todo o processo educativo proposto, dentro de parâmetros definidos a partir do que se entende por educação em museu.

O primeiro exemplo é do GREM, um grupo de pesquisa em educação da Universidade de Quebec no Canadá, coordenado pelo professor Michel Allard, cujas propostas aparecem em diversas publicações e também foi apresentado parcialmente na Conferência do CECA ocorrida no Rio de Janeiro, em 1997.

O segundo exemplo é um projeto do Conselho de Museus, Arquivos e Biblioteca da Grã-Bretanha, denominado Learning Impact Research Project – Projeto de pesquisa de impactos da aprendizagem, disponível pela internet.

A proposta do GREM (Allard e equipe, Canadá)

O Grupo de Pesquisa em Educação e Museus (GREM) foi criado em 1981 com objetivo de desenvolver o campo de pesquisa da educação museal. O GREM concebeu, em colaboração com museus e comissões escolares, um programa de pesquisa cujo objetivo geral consiste em elaborar, experimentar, avaliar e dar validade a modelos didáticos próprios aos museus.

Os membros do GREM estudam as interações entre os diversos componentes de uma situação pedagógica que se desenvolve dentro do museu, a saber o sujeito (o visitante), o objeto (o tema), o agente (o conjunto de recursos humanos e materiais) e o meio (meio ambiente externo e interno). Da análise dessas interações surgem os modelos didáticos próprios e pertinentes ao museu.[1]

O modelo teórico da utilização dos museus para fins educativos

(Allard et alli, 1998, p.113)


Para o GREM, a pedagogia museal possui três dimensões que têm pontos de intersecção: uma dimensão museológica, uma dimensão disciplinar e uma dimensão social.[2]

“A pedagogia museal, esta se define como um quadro teórico e metodológico à serviço da elaboração, da realização e da avaliação das atividades educativas no meio museal, atividades cujo objetivo principal é a aprendizagem de saberes (conhecimento, habilidades e atitudes) pelo visitante.”[3]

Assim, para o GREM, a

“... educação em museu tem por finalidade auxiliar o visitante a tornar-se competente, ou seja, capaz de se apropriar do museu. Essa concepção do papel educativo do museu aparece intimamente ligada ao conceito de autonomia na aprendizagem, definida pela atitude do sujeito em determinar seus objetivos, a escolher os meios para atingi-los e a avaliar seu empreendimento. Ensinar um visitante a se tornar competente consiste essencialmente em ensiná-lo a aprender no museu.” (Allard e Boucher, 1998)

O principal objetivo da ação educativa em museu é fazer com que o participante se sinta apto para realizar seu próprio percurso de visita a um museu, sem necessidade de mediadores.

Nesse sentido, são vários os saberes a serem adquiridos durante o processo educacional em um museu, que normalmente não termina no final da visita[4]:

SABER

Aquisição de fatos e conceitos relativos:

· a um tema

· ao objeto museal

· ao museu

· à museologia

SABER FAZER

Desenvolvimento das seguintes habilidades:

· formular questões

· antecipar respostas

· justificar

· decidir por uma resposta ou por uma solução

· classificar

· comparar

· estabelecer relações

· localizar a informação

· observar

· discriminar

· identificar

· descrever

· sintetizar

· comunicar

SABER SER

·Desenvolvimento de atitudes positivas em relação ao museu.

· Desenvolvimento do prazer estético.

SABER CRIAR

· Desenvolvimento da imaginação.

Uma visita de duas horas a um museu dificilmente proporcionará a aquisição de todos esses saberes, mas poderá suscitar vários deles. Com estímulos posteriores, planejados ou não, poderá haver o estabelecimento de relações e a construção de novos conceitos.

A avaliação

A partir de suas pesquisas, o GREM propôs alguns instrumentos de avaliação da ação educativa em museus. É importante salientar que grande parte das experiências relatadas pelo GREM são com grupos escolares e em museus de ciências humanas.

A avaliação da ação educativa pode se dar em diferentes momentos do processo educacional e por meio de diferentes instrumentos, como questionários, entrevistas, observação, grupo de discussão, entre outros.

O primeiro exemplo[5] é um roteiro de observação de comportamentos utilizado para identificar as chamadas “habilidades” inseridas na lista como “saber fazer”.

Para cada habilidade proposta foi feita uma descrição para que o observador pudesse ter uma referência. O número de vezes que os visitantes realizavam determinada ação era registrado. Foi feita observação de estudantes (fundamental e médio) e adultos em diversos museus da Província do Quebec, no Canadá, somando 906 pessoas observadas, em visitas com duração entre uma e duas horas.

Escola:

Número de pessoas do sub-grupo:

Atividade:

Duração:

Ação dirigida

Ação não dirigida

%

formular questões

Colocar uma questão ou levantar um problema a partir de um objeto, de um elemento, da ação desenvolvida ou da significação de uma palavra

     

antecipar respostas

Antecipar uma resposta possível para uma questão ou uma solução para um problema. EXEMPLO: Colocar uma hipótese sobre a função de um objeto.

     

justificar

Defender uma resposta por meio de argumentos. EXEMPLO: a) argumentar sobre a exatidão de sua resposta ou solução; b) explicar as razões da escolha de sua resposta ou solução.

     

decidir por uma resposta ou por uma solução

Privilegiar uma resposta ou uma solução entre aquelas antecipadas. EXEMPLO: Optar por uma resposta ou solução.

     

classificar

Reagrupar os objetos de acordo com critérios pré-estabelecidos. EXEMPLO: Colocar os objetos em uma ordem de grandeza.

     

comparar

Destacar semelhanças ou diferenças. EXEMPLO: Mencionar uma semelhança ou uma diferença entre dois objetos.

     

estabelecer relações

Estabelecer ligações ou associações. EXEMPLO: a) Associar um objeto a um período de tempo, um ofício, um evento; b) associar um objeto do passado a um atual.

     

localizar a informação

Situar as fontes de informação. Exemplo: a) determinar a posição de um objeto ou vitrine; b) se orientar dentro do museu; c) após uma pergunta sobre um objeto, declarar saber onde ele se encontra.

     

observar

Examinar, olhar com atenção um objeto, um elemento. EXEMPLO: a) Voltar a examinar um objeto, um elemento pela segunda vez; b) Se deslocar dentro do grupo para poder examinar melhor um objeto; c) Se separar de seu grupo para examinar um objeto; d) manipular um objeto; e) Experimentar uma roupa.

     

discriminar

Distinguir um objeto, um elemento entre outros em função de suas características. EXEMPLO: a) Distinguir um objeto entre muitos em função de sua utilidade; b) Distinguir uma vitrine entre várias em função de seu conteúdo; c) Determinar a posição de um objeto pesquisado em função de características dadas.

     

identificar

Designar um objeto ou um elemento por um termo particular. EXEMPLO: a) Nomear um objeto ou um elemento; b) Com ajuda de indícios nomear o objeto ou elemento pesquisado.

     

descrever

Especificar, por escrito ou verbalmente, as características de um objeto ou de um elemento.

     

sintetizar

Relacionar fatos e conceitos a partir dos objetos ou dos elementos (observados, comparados, classificados) em um todo coerente.

     

comunicar

Transmitir aos outros suas descobertas. EXEMPLO: Explicar a utilização de um objeto ou de um elemento a outra pessoa.

     

Em uma pesquisa realizada com 906 visitantes, utilizando a tabela descrita anteriormente, registrou-se a ação de “observar” como a mais freqüente (26%) seguida de “localizar informação” com 18% e decidir por uma resposta (14%). Sintetizar e classificar foram as ações menos freqüentes, com índice de 0% (17 e 25 vezes respectivamente, num universo de 8.346 registros).[6]

Esses resultados demonstram, na opinião de Allard e Lefebvre, que é possível observar comportamentos que revelam as atividades intelectuais colocadas em prática pelos visitantes do museu. Consideraram positivo o fato da “observação” ser a ação mais freqüente entre os visitantes, uma vez que o ambiente do museu propicia e estimula tal atitude, assim como a localização da informação.[7]

Para avaliar atitudes

Para avaliar atitude dos visitantes em relação à disciplina do museu e em relação ao próprio museu, o GREM sugere o uso de questionário antes e depois da visita, possível no caso do público escolar (uma semana antes e uma semana depois). O exemplo dado é para a disciplina de história, para visitantes de 9-11 anos que visitaram o Musée Stewart, no forte da Île Saint-Hélène, no Canadá.

O questionário contendo 23 questões (11favoráveis e 12 desfavoráveis) foi elaborado por meio de escala (Likert):

A Concordo totalmente

B Concordo

C Eu não sei

D Não concordo

E Descordo totalmente

As questões eram afirmações como:

“A maneira na qual as pessoas viviam antigamente me apaixona.”

“Quando me falam dos tempos antigos eu em chateio.”

“Interesso-me em saber como era meu bairro há cem anos atrás.”

“Os trabalhos sobre a vida de antigamente me fazem descobrir coisas.”

” É totalmente inútil estudar a vida do passado.”[8]

Os resultados da experiência indicaram o desenvolvimento de atitudes positivas em relação às ciências humanas (história) entre os alunos respondentes.

O questionário para avaliar atitude em relação ao museu foi também apresentava afirmações (11 favoráveis e 11 desfavoráveis) e a mesma escala, para que o respondente assinalasse sua opinião. As frases eram:

“Tenho horror de museus.”

“Eu acho os museus agradáveis.”

“Gosto mais de ir a um museu do que ir à a piscina.”

“É inútil ir aos museus.”

“Não há objetos interessantes nos museus.”

“Quando eu for adulto gostaria de trabalhar em um museu.”[9]

Avaliar aspectos cognitivos

Para avaliar aspectos cognitivos (aquisição de conhecimentos – fatos, conceitos, habilidades) relacionados à visita, o GREM sugere a utilização de questionários e/ou entrevistas com os visitantes. Uma das sugestões é de aplicar o questionário voltado para público escolar antes e depois da visita para poder comparar.

Um exemplo é o questionário elaborado para escolares do segundo ciclo do secundário que visitaram o sítio histórico do Parc-de-l’Artillerie, com 23 perguntas de múltipla escolha (4 alternativas) e uma pergunta aberta.

Algumas perguntas referem-se a objetos encontrados no museu e suas funções:

Qual é a definição correta para o termo seguinte: contraforte?

A Construção de alvenaria que serve para sustentar e reforçar uma parede.

B Abertura na alvenaria onde se insere um pedaço de madeira que permite manter um aquecedor.

C Local com privada (banheiro).

D Muro defensivo munido com canhões, avançando a ponto de proteger uma construção.

Quem habitava as casernas militares sob o Regime francês?

A Civis, comerciantes, colonos.

B Civis, soldados, comerciantes.

C Mulheres, crianças, colonos.

D Mulheres, soldados, crianças.

Qual a forma do abrigo subterrâneo destinado a alojar as tropas e guardar as munições?

A , B, C, D – Cada uma delas apresenta uma forma geométrica na qual há uma figura humana protegida, como por exemplo:




A pergunta aberta era:

Para você, em que consiste o sítio histórico nacional do Parc-de-Artillerie?

O GREM também sugere instrumentos de avaliação para serem utilizados com os professores e/ou responsáveis pela visita e também para os educadores dos museus. Há sugestões de entrevistas e questionários também para visitantes adultos e crianças que não estavam necessariamente em grupos pré agendados.

O trabalho do GREM vem sendo experimentado e validado há mais de 20 anos em diversos museus do Canadá. Na leitura dos artigos e livros publicados pode-se perceber um aperfeiçoamento dos modelos propostos e dos instrumentos utilizados. Considero um trabalho exemplar pois une a pesquisa universitária ao trabalho cotidiano de diversos museus, aperfeiçoando a ação educativa destes museus e contribuindo com a discussão na área.


A proposta do Conselho de Museus, Arquivos e Biblioteca da Grã- Bretanha

O segundo exemplo que apresentarei é o Learning Impact Research Project – Projeto de pesquisa de impactos da aprendizagem realizado pelo Museums, Libraries and Archives Council, que tem o objetivo de desenvolver uma compreensão do aprendizado e de seus resultados, estabelecer um modelo de pesquisa e oferecer provas desse aprendizado em museus, arquivos e bibliotecas.

“O aprendizado é um processo de engajamento ativo com a experiência. É o que as pessoas fazem quando querem entender o mundo (fazer sentido). Pode envolver o aumento ou aprofundamento de habilidades, conhecimento, compreensão, valores, sentimentos, atitudes e capacidade de reflexão. O aprendizado efetivo conduz à mudança, ao desenvolvimento e ao desejo de aprender mais.”[10]

Resultados Genéricos de Aprendizagem

Para avaliar a aprendizagem compreendida neste sentido mais amplo, utilizaram uma abordagem nomeada Generic Learning Outcomes (GLO), ou Resultados Genéricos de Aprendizado. Os resultados (outcomes) de aprendizagem foram definidos como:

“Conquistas específicas mensuráveis. Estes são similares a objetivos (de programa) mas descritos em termos do que o aprendiz será capaz de fazer.” Os resultados de aprendizagem são afirmações que descrevem uma condição desejada que correspondem ao conhecimento, às habilidades e atitudes necessárias para alcançá-la. O Conselho propõe cinco resultados de aprendizagem para museus, arquivos e bibliotecas:

1.  Conhecimento e compreensão

2.  Habilidades

3.  Valores, atitudes

4.  Criatividade, inspiração, prazer

5.  Comportamento atual e progressão



MORE ABOUT THE GENERIC LEARNING OUTCOMES[11]


Indicadores

Para cada um dos cinco resultados de aprendizagem foram descritos indicadores, ou seja, ações, atitudes, habilidades, idéias observadas, verbalizadas, escritas, registradas que indicariam aprendizagem.

CONHECIMENTO E COMPREENSÃO

EXEMPLO DE AFIRMAÇÃO

Conhecimento sobre alguma coisa

Given me an understanding of using computers. The Internet is the only way I can find the information I am after (Warwickshire Libraries).

Aprender fatos ou informação que podem ser:

  • Temática específica
  • Interdisciplinar
  • Sobre museus arquivos e bibliotecas
  • Sobre mim mesmo, minha família, minha comunidade e o mundo

I liked going down the mine because in the Victorian times they had to work a long way down and they had a mashin [machine] that was 7 times louder than a drill (Beamish)

Fazer sentido de alguma coisa

The photographs and slides made everything come alive for us after our initial research about the Victorians from books (Somerset Archives and Record Office).

Aprofundar conhecimento

I learned that you can die of AIDS and nobody will want to play with you or even they probably won’t want to be your friend (Arizona Science Center)

Aprender como museus, arquivos e bibliotecas operam

I do not usually like museums and listening to head sets but I found this trip very different. I enjoyed and wanted to understand how people could be so awful. (Imperial War Museum).

Dar informações específicas – nomear coisas, pessoas ou lugares

When you went to sketch that rock did look very like a sandwich. I can remember their names they are Hook Norton limestone and clypeus grit (St John’s Museum Warwick)

Estabelecer ligações e relações entre coisas

Eating disorders are usually the consequence of other problems – I’m glad that I have a stable family (Poole Library Teenage Reading Group).

Usar conhecimento prévio de maneiras novas

Made the children more aware of the simplicity of Victorian leisure time. No electricity or TV. Quiz reinforced things that they had learnt about the Victorians. (Prescot Museum, Knowsley Borough).

HABILIDADES

 

Saber como fazer algo

I think this is a good way to encourage children to read, this also encourages visits to the library and shows children how to get information for themselves (Big Summer Read 2002).

Habilidades intelectuais – ler, pensar criticamente e analiticamente, fazer julgamentos…

I have learnt to look at the artefacts and reflect on why they are there and their importance (Imperial War Museum)

Habilidades fundamentais – domínio dos números, alfabetização, aprender a aprender…

My grandson of three had no interest whatsoever in writing, reading or drawing. Since using this scheme he has started to recognise words, write his name on his own and draw (Big Summer Read 2002)

Habilidades de gerenciamento de informação – localizar e usar informação, avaliar informação, usar sistemas de gerenciamento de informação...

Taught me how to use the Internet for census records. I was able to find my apparently “non-existent” grandfather using the census records. (Warwickshire Libraries)

Habilidades sociais – encontrar pessoas, partilhar, trabalhar em grupo, lembrar nomes, apresentar outros, mostrar interesse com as preocupações de outros….

Through a reading group you can gain more insight into the book and see deeper meanings that you otherwise would have missed (Poole Library).

Habilidades emocionais – reconhecer os sentimentos de outros, lidar com sentimentos intensos, canalizar energia para resultados produtivos…

The first step for me was the Trongate Studios and the projects after that have made me realise that I do have rights – I am a human being and I am allowed to express myself (Open Museum)

Habilidades de comunicação – escrever, falar, ouvir…

I learnt how to debate my ideas and give my opinions on artists (Harewood House).

Habilidades físicas – correr, dançar, manipular, fazer…

The children enjoyed the hands-on experience of slates, flags, dressing up, blackboard etc. It was different from what they usually do – it felt as though they were in 1897 (Prescot Museum, Knowsley Borough)

ATITUDES E VALORES

Sentimentos e percepções

The book made me feel glad that I have a stable family but sad that many people go through what Carmen went through and ashamed that I tend not to think about people with eating disorders (Poole Library).

Opiniões sobre nós mesmos, p.ex. auto estima

At first I thought standing up in front of people and reading our poetry would be difficult but they didn’t laugh or anything like that, they supported you instead of laughing. I got more confident because other people felt the same as I did when I was reading mine – before I didn’t read out loud in class, I said no. Now I can read in front of everybody (Harewood House).

Opiniões e atitudes em relação a outras pessoas

This is a brilliant exhibition – so stimulating and thought provoking – so diverse. I’ve never seen Joe (my 7 year old son) write so much poetry before – fantastic. Thank you – it showed a window into Joe that I’d never seen before – didn’t know it was there – the exhibition opened up that window (Sainsbury Centre for the Visual Arts)

Atitudes em relação a uma organização, p. ex. museus, arquivos e bibliotecas

My son has been visiting the library since he was three weeks old, it didn’t have a big impact on his enjoyment of books. What it did do was give him a safe audience outside his own family with whom he could share his enjoyment – a big step forward for a shy little boy (Big Summer Read 2002, Essex Libraries).

Atitudes positivas em relação a uma experiência

Today I met an amazing woman…a mother of eight. We stood and looked at Susan Hiller and Suzanne Lacy’s work and when she left I listened. The way this woman had talked so openly about her life, about her pain, was echoed on the words in the Suzanne Lacy performance – my faith has been restored in the gallery as a resting place, a site of discussion and dialogue – a place of learning (Leeds Art Gallery).

Atitudes negativas em relação a uma experiência

Museums are not welcoming to us. I get the feeling you have to look around silently and it is difficult with children, they want to talk and ask questions. You have the staff walking round and following you, feel constantly observed (MGC).

Razões para ações e pontos de vista

As a dyslexic I found the thought of researching at the PRO a very daunting prospect – however the help and patience shown to me by your staff made my time at the PRO a very enjoyable experience and for that I thank you. (Public Record Office).

Empatia, capacidade de tolerância (ou falta delas)

The pit because the boys and men had to work all day and night in horrible conditions and all the gases and danger of being killed. Also they did not have very good lights so it would not be at all nice in any way except the pay. They did not have a very exciting life and I’m glad I wasn’t alive then (Beamish Museum).

PRAZER, INSPIRAÇÃO, CRIATIVIDADE

Se divertir

My son has really enjoyed the Jeremy Strong books, they make him laugh out loud and want to read bits to me (Big Summer Read 2002).

Ser surpreendido

Almost without exception the children thoroughly enjoyed the day – one particularly hard to please pupil claiming it was the best trip he had ever been on! It inspired some excellent recounts of the day prompting some to write more than ever achieved in class (St John’s Museum Warwick)

Pensamentos, ações ou coisas inovadores

I think there are lots of connections between the Holocaust and moral/political issues but what is horrible is that the Holocaust used horrible ruthless modern methods to murder large numbers of people (Imperial War Museum)

Criatividade

The children enjoyed making pots and looking at the skeleton at the dig. They also enjoyed the jewellery making (Essex Heritage Services).

Exploração, experimentação e fazer

Learning to draw and paint better – it inspired me to work harder and go and draw landscapes instead of working from pictures (Harewood House).

Ser inspirado / estimulado

What was very apparent was the fact that the children had not realised that the people of Taunton were Victorians at the time and they have since begun to research any family histories of their own (Somerset Archives)

AÇÃO, COMPORTAMENTO, PROGRESSO

O que as pessoas fazem

I enjoyed wearing the corset because I felt how Victorian people felt it was uncomfortable. The fact that I had to wear a hoop hurt me and I found that it was tough for Victorians (Birmingham Museums and Art Gallery)

O que as pessoas pretendem fazer (intenção de agir)

Thank you for your interesting and enlightening presentation- we all enjoyed it immensely and came away thinking we must get back to dig deeper and find out more about our heritage and the homes we live in (Essex Record Office)

O que as pessoas fizeram

It’s probably one of the most memorable weeks of the children’s school life. They have learned a lot about their own skills and capabilities. I have learned a lot about their capabilities. This workshop brought out talents which we don’t always see in the classroom. The emphasis on English, maths and science means that we don’t always give enough time to areas of the children’s characters (Prescot Museum, Knowsley Borough).

Uma mudança no modo em que as pessoas conduzem suas vidas, incluindo contextos de trabalho, estudo, família e comunidade

Before the session I depended on others to get info. Now (I have access through work) I feel more independent (University of Leicester Library)

Ações (observadas ou relatadas)

The Reading Planet has helped to hold my daughter’s interest in reading during the school holidays. I have also found that she is choosing books outside the normal reading material (i.e. non-fiction and poetry) and forming independent opinions about them (Big Summer Read 2002, Essex Libraries).

Mudança de comportamento

I felt that I could be free to show my emotions more heavily than when in school (Imperial War Museum).

Progresso – em direção a maior aprendizagem, registro como usuário de biblioteca, desenvolvimento de novas habilidades – como resultado de uma ação proposta que leva à mudança

I come here to practice. I am just using the computer. The computer is now an accessory for living (Warwickshire Libraries).

A avaliação

A partir dos indicadores foram formulados os instrumentos de avaliação. Há propostas de entrevistas, questionários, grupos de discussão e observação. No site são apresentados diversos exemplos, alguns comentados com as sugestões de mudanças para seu aperfeiçoamento.

Vou apresentar alguns exemplos. Primeiro um questionário foi testado e aperfeiçoado a partir das experiências e deveria ser aplicado para estudantes à saída do museu. Há um para crianças de 7 a 11 anos e outro para maiores de 11 anos. A idéia é que o educador adapte ao seu universo e seu público o modelo proposto. Depois de escrever o nome, indicar a idade e o sexo, o estudante deveria indicar, para cada frase ou a alternativa SIM, ou NÃO ou NÃO SEI, apresentadas em colunas à direita de cada frase.

1. Eu gostei da visita de hoje

2. Eu aprendi algumas novas coisas interessantes

3. Eu pude entender a maioria das coisas que nós vimos e fizemos

4. Esse é um lugar excitante

5. A visita me trouxe muitas idéias de coisas que eu poderia fazer

6. Uma visita é útil para o trabalho escolar

7. A visita me fez querer saber mais

Na mesma página o estudante é convidado a desenhar o que mais o surpreendeu na visita:




O Conselho sugere formas de interpretar os resultados, como aparece em relação a um desenho feito por uma criança depois da visita ao museu.

Para estudantes maiores de 11 anos foi proposto um questionário semelhante, que começa com a indicação de nome, idade e sexo e em seguida apresenta afirmações para indicar SIM, NÃO e NÃO SEI:

1. A visita de hoje me deu muito a pensar

2. Eu descobri algumas coisas interessantes na visita de hoje

3. Uma visita para um museu/galeria faz o trabalho escolar mais inspirador

4. A visita me deu um maior entendimento do tema

5. Uma visita a museu é uma boa oportunidade para aprender novas habilidades

6. O museu é um bom lugar para aprender de maneira diferente da escola

7. Eu entendi a maioria das coisas que vimos e fizemos no museu

8. Eu viria novamente

9. Eu sai do museu mais interessado no tema do que quando eu vim.

Outro questionário sugerido seria para ser aplicado à saída do museu, biblioteca ou arquivo. Estruturado em escala (semelhante a que vimos em um questionário do GREM) – Concordo totalmente, concordo, nem concordo ou discordo, discordo, discordo totalmente, o respondente deve indicar sua opinião sobre dez frases:

1. Minha visita foi muito interessante

2. Minha visita foi inspiradora

3. Eu descobri algumas informações novas

4. Eu descobri como fazer algumas coisas novas

5. Eu aprendi algumas coisas que me fizeram mudar de opinião

6. Meus sentimentos e emoções foram tocados

7. Algumas coisas foram difíceis de entender

8. Algumas coisas me decepcionaram

9. A equipe do museu foi prestativa

10. Eu pretendo vir de novo

Em seguida há uma pergunta aberta: Você pode nos dizer algo mais sobre o que aprendeu em sua visita?

Ao final há três perguntas de perfil: se é a primeira visita, sexo e faixa etária.

Outros instrumentos são propostos, como entrevistas, grupos de discussão, envolvendo diferentes atores, como os professores e responsáveis pelas visitas, os educadores, entre outros.

Sei que trouxe de forma muito superficial estes dois exemplos de trabalhos que vêm sendo realizados há muitos anos, com fundamentação teórica e muita experimentação. Pode-se perceber que em ambos os casos há pontos em comum:

-    A concepção de educação é que vai dar suporte à avaliação

-    A avaliação é um processo contínuo, que deve sempre estar sendo revisto e aperfeiçoado

-    Os instrumentos de avaliação devem ser múltiplos em sua forma e na escolha dos respondentes, ou seja, poder ser questionários, observação, entrevista, grupos de discussão que envolvam os visitantes/estudantes, os professores/organizadores, os educadores/servidores do museu, entre outros.

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Bibliografia

ALLARD, M.; LAROUCHE, M.; MEUNIER, A.; THIBODEAU, P. Guide de planification et d’évaluation des programmes éducatifs: lieux historiques et autres institutions muséales. Québec: Les Éditions Logiques, 1998.

ALLARD, Michel e BOUCHER, Suzanne. Éduquer au Musée: un modèle théorique de pédagogie muséale. Hurtubise, Montreal, 1998.

ALLARD, Michel e BOUCHER, Suzanne. Éléments de théorie axiologique propres à l’éducation muséale. Allard & Lefebvre (org.) Le musée à service de la personne, Montréal, 1999, p.27-39.

ALLARD, Michel; LEFEBVRE, B. Les habilités intellectuelles mises en ouvre au musée. Dufresne-Tassé (ed.) Évaluation et éducation muséale : nouvelles tendances, Quebec : ICOM-CECA, 1998, p.51-60.

ALLARD, Michel; LEFEBVRE, B. (Ed). Musée, culture et éducation. Québec: Éditions MultiMondes, 2000.

http://www.unites.uqam.ca/grem/ acessado em 3/08/2006

Os textos e questionários sobre o projeto de avaliação do Museums, Libraries and Archives Council foram obtidos no site www.inspiringlearningforall.gov.uk.


[1] http://www.unites.uqam.ca/grem/ acessado em 3/08/2006.

[2] Allard e Boucher, 1998, p.174.

[3] Allard e Boucher, 1998, p.40.

[4] Allard e Boucher, 1999, p.37.

[5] Na Conferência do CECA em 1997, no Rio de Janeiro, Michel Allard apresentou esse instrumento de observação. Allard e Lefebvre, 1998, p.51-60.

[6] Allard e Lefebvre, 1998, p.60.

[7] op.cit, p.55.

[8] ALLARD, M.; LAROUCHE, M.; MEUNIER, A.; THIBODEAU, P., 1998, p.179-184.

[9] op.cit, p.185-190.

[10] (Resource (2002) Inspiring Learning for all: a Framework for Museums, Archives and Libraries, p.3: online at www.resource.gov.uk (draft 5; 16/04.02).

[11] More about the generic learning outcomes. Texto disponível em www.inspiringlearningforall.gov.uk, acessado em 08/08/2006.