O EPM e a resiliência museal
Letícia Santiago
2021
Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico desde 2020
| Sumário Panorama Reflexivo 11 anos de Encontro Paulista de Museus | Encontro Paulista de Museus |
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Atuo na Secretaria de Cultura e Economia Criativa desde de 2015, e foi em 2016 que conheci o Encontro Paulista de Museus – EPM e tive a dimensão de sua importância para o fortalecimento da área museológica no estado de São Paulo.
Para mim, foi um prazer acompanhar de perto e participar da realização do EPM em 2019, como diretora do Grupo de Preservação do Patrimônio Museológico, e em 2020, como coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico.
Decerto, foram dois anos intensos e de muitas mudanças. O EPM, que desde 2009 ocorria durante três dias no mês de junho na capital paulista, em 2019 passou por uma reconfiguração em que se estabeleceu que ocorrerá um encontro anual na capital nos anos pares e encontros regionalizados nos anos ímpares.
Dessa forma nasceu o EPMi – Encontro Paulista de Museus Itinerante, com uma proposta de ciclos de eventos descentralizados, subdivididos em seis edições realizadas bimestralmente ao longo do ano, em diferentes regiões do estado, abrangendo, no ano de 2019, Ribeirão Preto, Campinas, Birigui, Bauru, Sorocaba e São José dos Campos.
Esse novo formato trouxe grandes desafios e exigiu do Grupo Técnico de Coordenação do Sistema Estadual de Museus de São Paulo e da equipe técnica de apoio da Acam Portinari esforços de planejamento e logística para a concretização de todas as atividades realizadas no ano.
Para 2020 a perspectiva era a realização do 11º EPM nos dias 1,2 e 3 de julho no Memorial da América Latina, em São Paulo. Porém, diante das medidas de enfrentamento da pandemia de Covid-19 adotadas pelo Governo do Estado de São Paulo, como o início da quarentena em 23 de março de 2020, que restringiu atividades de maneira a evitar a possível contaminação ou propagação do coronavírus, o EPM 2020 foi repensado e reformulado em face das incertezas do cenário e da impossibilidade de realização no formato tradicional.
Em meio aos desdobramentos da pandemia, houve a necessidade de migração do ambiente físico para o virtual, e o evento foi concebido em formato híbrido, com vídeos gravados e participações ao vivo.
Os impactos sociais e econômicos da pandemia de Covid-19 refletiram na escolha do tema para o EPM 2020: “Museu, sociedade e crise: do luto à luta” e na proposta de programação do evento, construída de forma participativa pelos membros do Conselho Consultivo do EPM.
Apesar de todas as experiências remotas que o Sisem-SP e a Acam Portinari promoveram para continuidade das atividades em 2020, os desafios impostos pelo novo formato do EPM exigiram um trabalho importante de pré-produção para equacionar questões técnicas como a produção e a edição de vídeos, a contratação de plataforma de streaming e de ferramentas de acessibilidade, além da instalação de uma central de transmissão do evento no auditório do Museu do Futebol.
Com isso, nos dias 23, 24, 25, 26 e 27 de novembro, entre programações assíncronas e transmissões ao vivo, o 11º Encontro Paulista de Museus contabilizou mais de 20 horas de produção audiovisual.
As mudanças recentes no principal evento de museologia paulista garantiram a continuidade dessa importante iniciativa, ampliando a participação e o diálogo com profissionais e instituições não apenas no estado de São Paulo, mas em todo o país, e certamente farão parte de uma nova realidade, pós-pandêmica, abrindo caminhos para novas reflexões e perspectivas.
