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Feira de arte em Madri homenageia o Brasil em 2008

O Globo - RJ, Da Redação, 9/10/2006

O Brasil será o país homenageado na Arco 2008, feira internacional de arte contemporânea em Madri, que reúne anualmente, em fevereiro, cerca de 300 galerias do mundo todo. Aproveitando a visita à Bienal de São Paulo, aberta ao público no último sábado, as diretoras da Arco, Lourdes Fernández, e do também madrilenho Museu Reina Sofía, Ana Martínez de Aguilar, passaram dois dias no Rio.

Representação do Brasil vai ocupar 1.000m2 Além das principais galerias de arte da cidade, elas visitaram os museus Nacional de Belas Artes, do Açude, da Chácara do Céu, de Arte Moderna e de Arte Contemporânea, de Niterói.

— Uma de nossas vias de trabalho é o colecionismo que vem da América Latina, sobretudo do Brasil — afirmou Lourdes, em encontro com galeristas, artistas, curadores, diretores de museus e colecionadores, no Museu do Açude, na semana passada. — Esperamos que o Brasil abra um grande caminho para a América Latina, onde a Europa tem que trabalhar para abrir mercado e fazer intercâmbio com artistas e museus. Temos que conhecer melhor a arte brasileira. Queremos que, além dos cinco dias de feira, haja uma continuidade nessas relações. Somos a esquina da Europa, temos uma cultura muito próxima.

É diferente da Suíça (país homenageado em 2003), que teve uma presença estupenda na Arco, mas foi um país difícil para continuarmos essas relações — disse ela.

O Ministério da Cultura, responsável pela vinda das diretoras junto com o Ministério das Relações Exteriores, selecionou os curadores Moacir dos Anjos, diretor do Museu de Arte Moderna de Recife, e Paulo Sergio Duarte para cuidar da representação nacional, que ocupará um espaço de cerca de mil metros quadrados na Arco. Eles vão não apenas definir as galerias e trabalhos participantes da feira, mas também pensar em projetos que possam ser realizados concomitantemente a ela.

— O Reina Sofía colaborará com a Arco, possibilitando a aproximação com a cultura do Brasil. Provavelmente convidaremos algum artista para intervir no museu, como já fizemos (no ano passado, a artista plástica Regina Silveira ocupou o Palácio de Cristal do museu, um dos mais importantes da Espanha) — disse Ana, lembrando que o museu passa por um momento de redefinição, procurando dar mais atenção à arte contemporânea.

Instituições de Madri planejam mostras de arte brasileira Segundo Lourdes, além do Reina Sofía, outras instituições de Madri já mostraram interesse em projetos com artistas brasileiros, como La Casa Encendida, o Canal de Isabel II, a Alcalá 31 e a Filmoteca de Madrid, que em 2007 terão projetos de artistas da Coréia, país homenageado no evento do ano que vem.

— A Arco convida galerias e colecionadores e também facilita todo o programa-satélite ao redor da feira, para que artistas brasileiros tenham exposições durante o período. O Brasil é um dos países mais criativos e interessantes do mundo, por isso estou muito tranqüila em relação ao resultado — afirmou Lourdes, que, em São Paulo, visitou, além da Bienal, a mostra “Paralela”, de galerias, o MAM, o Masp, o MAC, a Pinacoteca e o Instituto Tomie Ohtake.

Segundo Moacir dos Anjos, no fim do mês já começará a ser definido um plano para a Arco.

— O projeto é uma possibilidade de legitimação econômica e também simbólica da arte brasileira. Esperamos que ajude a quebrar estereótipos e clichês, que ainda existem, e também a pensar o que é a nossa arte contemporânea, e que sentido faz hoje pensar numa arte brasileira.