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Apresentação

A cidade de São Paulo debate os rumos atuais da arte pública, no Brasil e no mundo

1. Palestra com Anish Kapoor

2. Debate com Antoni Abad

3. Palestra com Heinz Schütz

4. Debate com Simon Sheikh e Katya Sander

5. Palestra de Manuel Delgado

6. Disciplina "Intervenções urbanas no espaço público", com Antoni Muntadas, Ana Tavares e Martin Grossmann

7. Sonsbeek 2008 em Arnhem, Holanda

Um ciclo de debates a respeito dos conceitos e propostas de arte pública inicia-se em janeiro de 2007 por ocasião da vinda do artista britânico Anish Kapoor a São Paulo para a inauguração de sua exposição no Centro Cultural Banco do Brasil.

Especialistas, artistas, pensadores, urbanistas, cientistas, flanêurs, poetas, transeuntes, etc. se reunirão periodicamente durante 3 meses para discutir, concordar, divergir sobre o que é arte pública hoje.
 
Arte pública: uma dimensão distinta da arte contemporânea? ou simplesmente a arte instalada em lugares públicos? o pavilhão que Anish Kapoor irá instalar no vale do Anhangabaú é uma forma exemplar de arte pública? mas será que um acontecimento,  performance ou live-art (a expressão do corpo humano como arte) em plena praça no centro da cidade também não o é? uma intervenção urbana de um coletivo (grupo de artistas) em pontos estratégicos da cidade se classifica? uma ação que se aproxima mais do social do que do artístico não corresponderia mais especificamente ao que hoje se entende por arte pública? Uma arte que deseja intervir diretamente na realidade social como propagado pelo teórico francês Jacques Rancière?

Ou ainda: algo que vai além do questionamento ou da afirmação de novos e tradicionais paradigmas artísticos (como sugere Carla Zaccagnini)? um lugar que deve operar como um fórum (como Nelson Brissac propõe ao falar sobre a obra de Vito Acconci no Arte Cidade 2003)? ou, um espaço de convivência decididamente urbano, como afirma o mesmo Acconci? ou, em extremo: arte pública não existe uma vez que a arte é uma experiência fenomenológica e assim experiência individual, subjetiva; ou em oposição: toda a arte é pública pois só se realiza quando sociabilizada. 

Talvez, como nos sugere um outro grande artista contemporâneo, Daniel Buren, o que nos atrai em relação à arte pública é o fato dela ser algo praticamente impossível, uma vez que no contexto urbano ela está fadada ao desaparecimento, tamanha a competição com outros elementos que constituem o contexto urbano de uma cidade de grande porte como São Paulo: a multidão, a mídia, a arquitetura e outras tantas ofertas disponibilizadas simultânea e caoticamente.


Martin Grossmann