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Bienal em casa #13

Newsletter da 34ª Bienal de São Paulo, enviado em 23/09/2020.

 

Você já se perguntou por que uma obra está em uma parede ou em outra? Por que as obras foram expostas de certa forma? Se uma exposição tem uma ordem certa a ser seguida? Já se sentiu perdido ao andar por uma mostra? Tudo isso tem relação com a palavra expografia.

Um dos primeiros usos do conceito foi feito, em 1993, por André Desvallées no seu Manuel de Muséographie. Para o autor, o termo expografia é o conjunto de técnicas usadas para a construção do espaço de uma exposição, tanto no plano físico como simbólico. Assim como a tarefa de escrever um texto, ela é constituída por três elementos básicos: o conteúdo, a ideia e a forma. Somados, tais elementos geram a experiência estética vivida pelo público.

As exposições podem ser criadas e apresentadas de muitos modos e com inúmeros formatos. A partir da construção dessa espécie de narrativa expográfica, há um desejo de comunicar uma ideia, um tema, um recorte conceitual, criando um elo essencial de contato direto com o público. A expografia também é um importante instrumento de educação, cultura e informação.

A ausência de divisórias internas no projeto original de Oscar Niemeyer para o Pavilhão Ciccillo Matarazzo permitiu que diversos tipos de expografia fossem exploradas ao longo de sua história. O arquiteto Martin Corullon, responsável pela expografia da 30ª Bienal de São Paulo (2012), comenta sobre essa liberdade maior que o espaço proporciona neste vídeo. Ao longo da história das Bienais, inúmeras soluções foram propostas pelos arquitetos e equipes.

34ª Bienal de São Paulo, por sua vez, terá projeto arquitetônico e expográfico desenvolvido pelo escritório Andrade Morettin, em colaboração com Metrópole Arquitetos Associados. Motivados pela ideia de “relação”, proposta pela curadoria com base nos textos do escritor e filósofo Édouard Glissant, “o projeto pretende trazer o conceito do espaço público do Parque Ibirapuera para dentro do prédio por meio de estruturas análogas a praças e calçadas, que mimetizem o funcionamento da marquise [do parque], conectando galerias que — quase como edifícios porosos que se contrapõem à escala ‘urbana’ do pavilhão projetado por Oscar Niemeyer — vão oferecer ambientes de naturezas variadas, em uma escala mais contida”, afirma Marcelo Morettin. Saiba mais nesse post sobre a arquitetura da 34ª Bienal.

+ confira neste post uma seleção das plantas baixas de várias edições

 

bienal indica

 

Nesta sexta-feira, 25/09, às 19h, o diretor da Veja São Paulo e autor do livro São Paulo nas alturas, Raul Juste Lores, conversa com o curador-geral da 34ª Bienal de São Paulo, Jacopo Crivelli Visconti. Durante a live, eles debaterão sobre o tema “A Bienal de São Paulo e a Cidade”.

live é parte do Iguatemi Daily, programação de conteúdo digital do Grupo Iguatemi em seu perfil no Instagram, com uma curadoria diária de lives e IGTVs sob os pilares de Arte e Cultura, Gastronomia, Entretenimento, Moda, Beleza, Lifestyle e Body & Soul.

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Instagram Bienal

Vista das obras ShangaiMay Day IV [Dia do Trabalho IV], de Andreas Gursky, na 25ª Bienal de São Paulo (2002). Autor não identificado. Cortesia Fundação Bienal de São Paulo

No começo do mês de setembro, o Instagram da Bienal apresentou o trabalho de Andreas Gurksy. O artista alemão é conhecido por suas fotografias gigantes, painéis de até 7 metros de comprimento, registrando os não lugares da globalização e a padronização desse mundo de excessos: imagens de lazer (Piscina de Ratingen), massas de funcionários em locais de trabalho (Bolsa de Valores, Siemens), prédios (Paris, Montparnasse), lojas (99 Cents). As imagens hiper-realistas de Gursky tensionam as relações entre o ser humano e a arquitetura, a urbanidade e a tecnologia, condensando todos os seus fluxos de experiência.

Para fazer essas imagens monumentais, Gursky utiliza os artifícios tecnológicos e a manipulação digital da fotografia contemporânea. Por exemplo, para registrar o gigantesco bloco residencial parisiense Montparnasse, o artista fez duas fotos do alto da fachada do edifício e as fundiu numa imagem única, eliminando, assim, toda a sua profundidade. O uso da manipulação digital também está presente na série da Bolsa de Valores de Chicago, resultado de uma fusão de vários frames de ângulos diferentes. Em 99 Cents, a imagem da mercadoria refletida no teto é produto de uma colagem digital, entre outros.

Gursky participou da 25ª Bienal de São Paulo – Iconografias metropolitanas, com curadoria geral de Alfons Hug. O maior público contabilizado até então nas Bienais de São Paulo (mais de 668 mil visitantes) pôde ver as seguintes obras do artista alemão: ShangaiHong Kong Stock Exchange [Bolsa de valores de Hong Kong]; Happy Valley I [Vale Feliz I]; Brasília, plenária da Câmara ILos AngelesMay Day IV [Dia do Trabalho IV]. Saiba mais no catálogo da mostra.

Lê-se, no catálogo da edição, sobre um dos trabalhos exibidos: “Em meados dos anos 90, Gursky realiza no prédio do Congresso Nacional, em Brasília, a fotografia de uma retícula do teto. Ela apresenta-se como coleção de reflexos de luz de contornos diluídos, que se ampliam em manchas luminosas sob a geometria da rede de lamelas. Na perspectiva do fotógrafo, a retícula se transforma em superfície abstrata e energeticamente carregada de projeções das nossas representações.” (Livro Cidades/ Book Cities da 25ª Bienal de São Paulo, 2002. p.380).

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