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Tragédia no Museu Nacional é reflexo da constante diminuição de recursos na cultura

Reportagem da Rádio BAND NEWS FM entrevista especialistas em 04/09/2018.
Tragédia no Museu Nacional é reflexo da constante diminuição de recursos na cultura

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Fonte e Áudio: http://www.bandnewsfm.com.br/2018/09/04/tragedia-no-museu-historico-nacional-e-reflexo-da-constante-diminuicao-de-recursos-na-cultura/

O incêndio que destruiu 200 anos de história no Rio de Janeiro traz à tona uma crise de constantes cortes de verba. Em 2013, o Museu Histórico Nacional recebeu quase R$ 980 mil de repasses do governo federal. Um milhão e trezentos mil corrigidos pela inflação. No ano passado, esse valor foi de R$ 643,5 mil. De janeiro a agosto deste ano, não chegou a cem mil.

A redução de gastos atinge o Ministério da Cultura como um todo: Para 2017, os investimentos na pasta caíram 30%: de 721 milhões de reais para pouco mais de 500 milhões. A cultura sofre cortes significativos para uma área que representa cerca de 0,015% do orçamento da União, disse o criador do Fórum Permanente: Museus de Arte, entre o público e o privado, Martin Grossmann.

No ano passado, uma medida provisória reduziu de 3% para até 0,5% a participação do Fundo Nacional de Cultura na receita das loterias federais; recursos que foram destinados ao novo novo fundo de segurança. A diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, diz que a precariedade – e o risco de novas tragédias – é geral.

O Mestre em Conservação Preventiva de Bens Culturais pela Universidade de Sorbonne, Mauricio Pinheiro, diz que, apesar de apertados, os orçamentos dos museus europeus vivem uma situação diferente.

No Smithsonian Institution, em Washington, as medidas de prevenção vêm desde 1865, quando um incêndio destruiu a maioria do acervo.Na época, baldes eram distribuídos pelo museu, mas o frio de janeiro congelou a água. Hoje, uma equipe especial faz vistorias detalhadas em todas as instalações do prédio, explica o pesquisador sênior da Instituição.

Richard Kurion diz ainda que há alarmes de incêndio e sprinklers que, acionados pela fumaça, jogam água ou gás para conter o fogo. No Louvre, em Paris, uma brigada de bombeiros fica 24 horas à disposição do museu.Os 24 homens conhecem cada detalhe da estrutura e das obras da instituição. Para este ano, o governo da França anunciou um orçamento de quase 50 bilhões de reais para a cultura.

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