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Banqueiro nega usar "subterfúgio" com obras de arte

FOLHA DE S. PAULO

1 de janeiro de 2006

FOLHA Dinheiro


Banqueiro nega usar "subterfúgio"
com obras de arte

da Reportagem Local

O advogado Ricardo Tepedino, que defende Edemar Cid Ferreira, disse que não conseguiu falar com seu cliente sobre as obras de artes que estão fora do país.
Edemar, no entanto, abordou a questão no interrogatório a que foi submetido pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, em agosto último. Ao ser questionado se havia enviado obras de arte para fora do país "sem qualquer documentação fiscal", respondeu que os trabalhos vinham como "importações temporárias": "Nunca usamos de nenhum tipo de subterfúgio para fugir ao regulamento da Receita Federal".
Ele contou ao juiz que a escultura de Henry Moore que possui custou US$ 300 mil (no arquivo da Cid Collection está registrado o preço de US$ 1,475 milhão) e veio ao Brasil "temporariamente". "Ela deve ter vindo em 2003 e voltou [para a Suíça] no princípio de 2004", disse.
Edemar classificou de "fantasia" os rumores de que ele manteria um imóvel para esconder obras: "Não é do meu feitio. Essas obras são para serem expostas".
O banqueiro declarou que seu objetivo é divulgar a cultura brasileira: "Agora mesmo nós estamos colecionando cordel. (...) fomos lá em Pernambuco e adquirimos (...) a mais importante coleção de cordel. (...) Raramente há uma obra estrangeira em casa".
De acordo com Edemar, os trabalhos de Moore, Léger, Basquiat, Lichtenstein e Kapoor estão em nome da Wailea, uma "offshore" criada nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe, em nome de Márcia, sua mulher. Ao ser questionado se as obras seriam dele ou da empresa, Edemar disse que eram da Wailea. (MCC)