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O Que pensa o Conselho da Bienal

por Silas Martí - Ilustrada no jornal Folha S. Paulo, em 28 de maio de 2009

Leia os destaques da enquete que ouviu 41 dos 53 conselheiros


Crise


"O problema da Bienal é que ela tem que fazer uma Bienal a cada dois anos. O problema é o intervalo. Tem anos bons e anos menos bons. Quando as coisas se complicam, é ruim para todo mundo. Seria positivo para a Bienal dar uma repaginada, uma reciclada." ÁLVARO AUGUSTO VIDIGAL, 61, banqueiro


"É difícil dirigir uma fundação desse porte com a vedação de qualquer remuneração. Isso afasta aqueles que poderiam profissionalmente se voltar à Bienal, deixando o lugar a diletantes, que muitas vezes não são os mais talhados ao exercício da função." CARLOS FRANCISCO BANDEIRA LINS, 62, advogado


"A Bienal não está em crise. Estamos saindo de uma gestão excelente. É o mundo que está em crise, e a Bienal faz parte do mundo." ARNOLDO WALD FILHO, 46, advogado


"A Bienal viveu até aqui do espírito do Ciccillo Matarazzo. Ele deu alma à instituição, só que agora o mundo mudou, e a Bienal precisa de um conceito mais moderno de governança corporativa. Não é uma crise terrível, é uma crise que com um pouco de sabedoria se supera." BENO SUCHODOLSKI, 65, advogado


"O motivo principal é a gestão temerária que está se encerrando, que dilapidou a Bienal de seu cabedal ético. Falta gestão que busque resultados, que busque responder às demandas." EVELYN IOSCHPE, 60, administradora cultural


"A Bienal não está em crise nenhuma, está absolutamente em ordem. Não tem nenhum problema, nenhum tipo de constrangimento." MANOEL FRANCISCO PIRES DA COSTA, 70, advogado


"O apego da última diretoria ao cargo desgastou tudo e acabou esvaziando a Bienal e o interesse das pessoas do conselho." ELIZABETH MACHADO, 58, economista


"No dia em que a Bienal não estiver em crise, não será mais a Bienal. É da essência da Bienal esse conflito." ROBERTO DUAILIBI, 73, publicitário
Soluções


"O curador tem a sua importância, mas não pode virar o dono da Bienal. Há uma espécie de ditadura dos curadores. A Bienal é a grande festa das artes, tem que ser uma coisa bonita, atraente. Não pode ter um monte de cacarecos lá. Eleição de curador é bobagem. O curador é uma pessoa de confiança do presidente." CARLOS BRATKE, 66, arquiteto


"Estamos fazendo o que o Ciccillo faria: num momento de exaustão, repensar o modelo para que se inicie uma nova etapa, que esperamos que seja brilhante." DECIO TOZZI, 72, arquiteto


"É importante incorporar [ao conselho] pessoas das novas mídias, senão ficamos tratando de um assunto e a arte vai correndo por outro caminho, atropela isso." FABIO MAGALHÃES, 66, arquiteto


"Precisa ter um retorno às bases, gente que tenha não a vaidade de pertencer ao conselho ou à diretoria, que tenha o que o Ciccillo tinha: uma dedicação genuína e desprendida. Em vez de egoísmo, responsabilidade." MANOEL FERRAZ WHITAKER SALLES, 68, advogado


"A estrutura da Bienal precisa ser reformada, para que seja mais ágil e adequada aos dias de hoje. Precisa fazer um "aggiornamento" da Bienal como um todo." ANDREA MATARAZZO, 53, secretário da Coordenação das Subprefeituras de São Paulo


"Falta à Bienal uma estrutura administrativa profissional. Falta deixar de ser dependente do prestígio de "A", "B" ou "C". Não deveria ser função do presidente sair atrás de patrocínio, com o pires na mão." EMANOEL ARAUJO, 68, artista e curador


Expectativas


"Heitor Martins vai assumir com uma aura de esperança de todos que sempre gravitaram em torno da Bienal, artistas, intelectuais." MIGUEL ALVES PEREIRA, 66, arquiteto


"Não há dúvida de que quem pegar essa presidência é um homem corajoso." PEDRO ARANHA CORRÊA DO LAGO, 51, economista


"A gente espera que ele tenha uma gestão objetiva, prática, moderna, atual e que ele possa manter a fundação num nível de integridade." PEDRO CURY, 75, arquiteto


"Mais do que uma luz, o Heitor [Martins] é um farolzão no fim do túnel para a Bienal sair dessa." CESAR GIOBBI, 60, jornalista


"A expectativa é que a Bienal possa ser o que ela foi no passado, que não fique sendo questionada a cada momento sobre a lisura das coisas." RUBENS MURILLO MARQUES, 72, professor


"Agora é que vai começar o momento em que todos pensam para apagar tudo isso que foi feito pelo atual presidente." BENEDITO JOSÉ SOARES DE MELLO PATI, 84, advogado