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São Paulo, Pólo de Arte Contemporânea

Cesar Giobbi (jornal Metro, 30/11/2009)

dirigentes instituições paulistanas

dirigentes de instituições paulistanas se reúnem na sala do Conselho da Fundação Bienal de São Paulo. foto: paulo miyada


Foi muito concorrida a reunião realizada ontem (dia 30) de manhã, na sala do Conselho da Fundação Bienal de São Paulo, que juntou um número inusitado de entidades culturais paulistanas a convite do presidente da Bienal, Heitor Martins. Essa já é a terceira reunião das cerca de 30 instituições, em torno do projeto do movimento São Paulo, Polo de Arte Contemporânea. A reunião de ontem foi para selar o compromisso geral, e a ideia é que o grupo já possa mostrar resultado na mostra internacional do ano que vem. Mas, como disse Martins, que este seja um projeto para 20 anos, que realmente coloque São Paulo e sua oferta cultural no circuito mais procurado pelo universo das artes visuais.

Parece utopia, mas eu vi acontecer. Eu cubro o setor cultural da cidade desde 1973, Bienais incluídas. E devo dizer que foi a primeira vez que vi os grandes endereços paulistas ligados às artes visuais reunidos em torno de um objetivo comum. Na sala da Bienal, onde geralmente são realizadas as reuniões do conselho, Heitor Martins e sua diretoria, mais o curador Agnaldo Farias, receberam o secretário de Estado da Cultura, João Sayad, Danilo Santos de Miranda (Sesc), Marcelo Araujo (Pinacoteca), Teixeira Coelho (Masp), Felipe Chaimovich (MAM), Daniela Bousso (MIS e do Paço das Artes), Carlos Magalhães (Cinemateca Brasileira), Fernando Leça (Memorial da América Latina), Ricardo Ohtake (Instituto Tomie Ohtake), Martin Grossman (Centro Cultural São Paulo), Marcelo Mendonça (diretor do Centro Cultural Banco do Brasil), Francisco de Blas (Instituto Cervantes), Yael Stein (Centro da Cultura Judaica), Helio Goldstein (TV Cultura).

Tinha mais gente, só que minha ignorância e memória me impedem de citá-los. Mas constam da relação de instituições participantes ainda o MAC-USP, o Itaú Cultural, a Caixa Cultural, o Centro Universitário Maria Antônia, a Faap, a Fiesp, o Instituto Moreira Salles, o IAC, e os museus Afro-Brasil, Lasar Segall e da Cidade. Ou seja, em matéria de força política de um único setor cultural, trata-se de um colosso. Por isso, foi sentida a ausência da Secretaria Municipal de Cultura, que confirmou e não apareceu e do SPTuris, que não foi chamado, mas será, já que o evento Bienal + Polo colocará São Paulo ainda mais no foco internacional do mundo da arte e da imprensa especializada.


Martins, Sayad e os participantes colocaram questões de urgência, como a montagem de um site que seja abastecido de informações sobre o andamento do projeto, o estabelecimento urgente de programações para o segundo semestre de 2010, estratégias comuns de todo tipo. Foram levantados problemas a serem evitados, como a superposição de discussões e mostras sobre assuntos parecidos, o que só uma pauta comum é capaz de evitar. E problemas a serem resolvidos, como formação de uma equipe comum, e um relacionamento afinado com os poderes públicos e com a iniciativa privada. Para tanto, foram formadas comissões de estratégia e legado, de comunicação, de infraestrutura, de coordenação de programação e editorial. E para que tudo não fique só na boa intenção, foram marcadas reuniões de todas as entidades a cada dois meses. 

Eu saí da reunião com uma sensação extremamente positiva, de que haverá uma convergência de esforços por um objetivo comum que é fazer, de uma maneira organizada, que São Paulo seja reconhecido no mapa internacional cultural. Miami conseguiu, e era um deserto cultural. Nós já saímos com a vantagem, graças à Bienal, de uma tradição de mais de 50 anos no ramo.

Texto publicado no jornal Metro de 30 de novembro de 2009