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Histórico Estação Pinacoteca



Na metade do século XIX, a produção crescente dos cafezais do interior de São Paulo, cada vez mais distantes da capital e do litoral, enfrentava um grave problema. O transporte era realizado em tropas de mulas por estradas sem condições, um meio precário que arruinava parte considerável do café transportado, consumindo boa parte dos lucros dos fazendeiros. Por volta de 1857, de Rio Claro – último limite produtor de café – a Santos, o custo do transporte era de aproximadamente 50%. Com forte representação política no período, os fazendeiros responsáveis por esta produção voltaram-se integralmente para a implantação de ferrovias na então província de São Paulo, buscando uma solução mais rápida e segura para o transporte da grande riqueza agrícola.

Os 146 quilômetros da Pioneira Railway, ligando Jundiaí a Santos e concluídos em 1867, deram início à expansão ferroviária paulista. A região de Sorocaba, como outras da província, também almejava comunicar-se pelos trilhos com a capital e o porto de Santos. Com o apoio de capitalistas da região, Luiz Matheus Maylasky cria a Sorocabana de Estradas de Ferro, inaugurada em 10 de agosto de 1875, ligando diretamente Sorocaba a São Paulo. Em São Paulo, para a necessária ligação com a São Paulo Railway e o porto de Santos, foi construída uma pequena estação na região da Luz, próxima à "estação da inglesa" – como era chamada a Estação da Luz.

Em 1919, a Sorocabana somava 1.670 quilômetros, chegando a Presidente Prudente, próximo à divisa com Mato Grosso. Pouco antes, em 1917 havia sido inaugurada sua segunda construção na cidade de São Paulo.

Esta construção, iniciada em 1914, localiza-se no Largo General Osório e incorpora a suntuosidade e o monumentalismo característicos das obras de seu arquiteto, Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928). Destinado a abrigar os escritórios e armazéns gerais da estrada de Ferro Sorocabana, o edifício, em estilo eclético, conta com seis pavimentos construídos em três módulos, com estrutura metálica e janelas simétricas e proporcionais. O revestimento da fachada é em tijolos cerâmicos aparentes e os cantos formam faixas de arenito, material muito usado na mesma época. Quase todo o material foi importado da Inglaterra e da Alemanha.

Menos de dez anos depois, foi iniciada a construção de uma nova estação. As composições ferroviárias continuaram operando na antiga estação até 1938, quando a Estação Júlio Prestes foi entregue à população. Inspirada na Grand Central Station e na Pennsylvania Station de Nova York, era a maior estação da Cidade de São Paulo, com capacidade para 10.000 pessoas e abriga hoje a Sala São Paulo. 

O edifício do Largo General Osório passou a ser ocupado, por volta de 1935, pela Secretaria de Segurança Pública e nele funcionou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DOPS), órgão criado em 1924 para responder pelas funções de polícia política. Foi palco de algumas das mais tristes páginas de história política brasileira, que incluíram prisões ilegais, tortura e morte, tendo sido extinto em 1983. Os espaços onde funcionaram as celas destinadas aos presos políticos, no andar térreo, foram preservados e, ali, instituiu-se o Memorial da Liberdade, espaço este atualmente sob a responsabilidade do Arquivo do Estado de São Paulo.

Tombado pelo CONDEPHAAT como patrimônio histórico do Estado de São Paulo, o edifício, com área total de 7.550 m2, foi integralmente restaurado em 2002, de acordo com projeto do arquiteto Haron Cohen, tendo sido adaptado para utilização museológica, e apresenta todas as condições técnicas necessárias para exposições e ações educativas, incluindo acesso para deficientes.


Texto cedido pela Assessoria de Imprensa da Pinacoteca do Estado de São Paulo


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