Em  sua primeira exposição individual, a artista Isis Gasparini traz uma  síntese de uma pesquisa que realiza há sete anos sobre a relação entre  olhar, espaço expositivo e obra de arte. A exposição “
Museu mise-en-scène”,  que abre dia 18 de maio na Zipper, reúne fotografias, vídeo e  instalação que refletem sobre o espaço museológico como um dispositivo  que direciona o fluxo e o gesto do público, bem como sua relação com a  história e a memória. A mostra, com curadoria do coletivo Ágata, é a  segunda abrigada pelo projeto Zip’Up em 2017, que dedica-se a projetos  cutaroriais inéditos.
 Como forma de revelar a ação desse dispositivo, a artista investiga a  relação entre público e obra de arte no espaço museuológico, onde os  processos construídos são pensados ora como uma dinâmica cenográfica –  os conflitos entre um ideal de visibilidade e a luz que intervém sobre  as imagens –, ora como uma dinâmica coreográfica – o embate entre o  corpo do espectador que olha e o corpo da obra que é vista.
 A maior parte dos trabalhos da artista foi realizada em museus europeus  de grande circulação, sendo que cada série de traballho reflete sobre um  aspecto distinto destes dispositivos: na série “Diáfano” sobre a  interverência da luz na relação entre público e obra, em um espaço que  busca controlar as condições de visibilidade para garantir ideal dos  trabalhos; em “Postais”, a artista traz uma obra de Monet que, por meio  de suas reproduções, continua respondendo às questões colocadas pelo  artista sobre o modo como o tempo age sobre a paisagem.
Sobre a artista Mestranda em Poéticas Visuais na ECA-USP, Isis Gasparini (São Paulo,  1989) encontra na pesquisa teórica o insumo para sua produção visual.  Sua pesquisa recente encontra na fotografia, no vídeo e na instalação  novas formas de pensar o olhar como uma performance que envolve todo o  corpo, entendendo a obra de arte como um outro corpo que reage às  condições do espaço e ao olhar do público. Residências artísticas: 7th  Coreographic Coding Lab (2016), Cité Internationale des Arts (2014).  Prêmios: Salão de Belas Artes Bruno George (1º Prêmio na Categoria  Fotografia e o 1º Prêmio-Aquisição).
Sobre a curadoria Formado em julho de 2012, o coletivo Ágata é um encontro de afinidades.  Um coletivo que parte da pesquisa do processo criativo para criar  ferramentas de compreensão e atuação no contexto da arte contemporânea.  Ao se valer da multidisciplinaridade de suas integrantes, atua em  diversas frentes, entre elas a crítica e curadoria, produção de conteúdo  e trabalhos autorais.