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7ª Bienal do Mercosul - Bienal já tem data marcada para acontecer

Bienal já tem data marcada para acontecer. Projeto está aprovado pelo MINC e captação de recursos foi iniciada. Curadoria define título da mostra. Duas curadoras brasileiras se incorporam ao projeto.

 

A 7ª edição da Bienal do Mercosul será realizada em Porto Alegre / Rio Grande do Sul, Brasil, de 26 de setembro a 22 de novembro deste ano. O título desta edição será Grito e Escuta, e pretende chamar a atenção para uma reflexão sobre a própria Bienal do Mercosul, a crise do modelo Bienal em geral, a função do artista na sociedade hoje, e a gravidade das crises econômicas, sociais, políticas e culturais no mundo atual.

O projeto foi aprovado pelo MINC – Ministério da Cultura no final do ano passado, e a equipe de captação de recursos já começou a trabalhar em busca de patrocinadores e apoiadores. Empresas já aderiram ao projeto, como a Gerdau – patrocinadora master da Bienal desde a sua primeira edição, o Grupo SLC - que vai patrocinar uma das exposições e a Petropar – apoiadora do evento.

Ao invés de trabalhar com um tema, esta Bienal vai propor uma série de metodologias e ações que demonstrem a diversidade de abordagens e funções que a arte contemporânea apresenta. Para tanto, o projeto curatorial está organizado em sete exposições, um projeto pedagógico, um programa editorial e de comunicação, um sistema de rádio e diversos programas culturais que vão acontecer ao longo de toda a Bienal, dentro e fora dos espaços expositivos.

Os espaços previstos para abrigar as exposições da 7ª edição são os Armazéns do Cais do Porto, a Fundação Iberê Camargo, o Santander Cultural, além de diversos locais públicos da capital gaúcha.

Esta edição terá curadoria-geral da argentina Victoria Noorthoorn e do chileno Camilo Yáñez. Recentemente, duas curadoras brasileiras integraram-se ao projeto, as artistas Lenora de Barros e Laura Lima. A equipe curatorial é toda formada por artistas, com exceção de Victoria Noorthoorn, curadora independente:

·         Curadores-gerais: Victoria Noorthoorn (Argentina) e Camilo Yáñez (Chile)

·         Curadora pedagógica: Marina De Caro (Argentina)

·         Curadores adjuntos: Roberto Jacoby (Argentina), Artur Lescher (Brasil) e Mario Navarro (Chile), Laura Lima (Brasil)

·         Curadores editoriais: Erick Beltrán (México) y Bernardo Ortiz (Colômbia)

·         Co-curadora do programa Rádio Bienal: Lenora de Barros

Dessa forma, na 7ª Bienal do Mercosul, os artistas ocupam o papel dos curadores, desenvolvendo o projeto das exibições e o projeto pedagógico, conceituando e coordenando o projeto editorial e suas publicações, a imagem e a comunicação da Bienal como um todo. Curadoria, educação e publicações articulam diálogos entrelaçados e interdependentes para, juntos, buscar a “oxigenação” dos conteúdos e as formas operativas da Bienal. O projeto da 7ª Bienal do Mercosul afirma o sentido e a importância dos artistas como atores sociais e constantes produtores de um sentido crítico necessário.

O número total e a lista completa dos artistas que participam desta edição serão divulgados em meados de abril. Cerca de 70% das obras serão produzidas pelos artistas especialmente para esta Bienal.

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7ª Bienal do Mercosul

Grito e Escuta

 

Porto Alegre, Brasil - 26 de setembro a 22 de novembro de 2009

 

A 7ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul propõe revalorizar o artista como um ator social e constante produtor de um sentido crítico necessário, posicionando seu olhar no cerne de cada uma das exposições e programas. Assim, os artistas organizam na Bienal as exposições, desenvolvem as ferramentas e programas educativos, e lideram a comunicação e o sistema de publicações.

 

Em seu conjunto, a 7ª Bienal propõe uma inversão metodológica: um sistema centrado nos processos de criação – mais que em temas específicos – onde ação e reflexão (Grito e Escuta) operam como as ferramentas a partir das quais a Bienal se articula em sua totalidade. Busca-se criar uma Bienal “protéica”, um sistema de possibilidades dinâmico, onde cada espectador seja capaz de montar seu próprio sistema de leitura.

 

Por outro lado, a 7ª Bienal busca romper limites, tanto no tempo quanto no espaço. No espaço, porque seus limites físicos não coincidem com os de Porto Alegre, Brasil e Mercosul: seus artistas e a Rádio Bienal transcenderão fronteiras e uma das exposições abrirá simultaneamente em diversas cidades do planeta. No tempo, porque esta é uma Bienal que nunca termina: ensaia metodologias educativas que, esperamos, perdurem tempos depois, enquanto uma de suas exposições permanecerá aberta indefinidamente.

 

A centralidade do artista está presente em cada uma das ações da Bienal, em suas exposições e programas.

 

As exposições questionam aspectos pontuais do processo criativo:

·         O desenho como primeiro espaço de tradução do pensamento do artista;

·         Os processos de criação que interpelam as condições culturais e políticas de contextos específicos;

·         O artista que retira os elementos de linguagem da arte e expõe suas condições de produção;

·         O humor e o absurdo como instrumentos de resistência e liberdade;

·         A transformação como ferramenta capaz de deslocar a percepção da obra e sugerir uma suspensão do tempo;

·         O diálogo com a cidade, cuja trama os artistas modificam e resignificam, a modo de um texto público;

·         A arte como espaço de projeção de ideias, de planificação, de comunicação, da imaginação.

 

Os três programas principais se dirigem a um público de diversas latitudes e procedências.

Este é o caso do Projeto Pedagógico, com seu programa de residências artísticas em Porto Alegre e nas diversas comunidades do estado do Rio Grande do Sul, no qual os artistas desenham novas metodologias para o sistema educativo.

É o caso também do Programa Editorial, também coordenado por artistas. Este programa contempla um sistema de publicações variáveis e de baixo custo, que podem ser montadas pelo próprio espectador e que permitirão diversos níveis de acesso às obras e uma concepção diferente da comunicação: nesta Bienal não haverá publicidade, mas obras de arte nos meios de comunicação.

Finalmente, o caso da Rádio Bienal, que simboliza o interesse comunicacional da 7ª Bienal, e que aproximará o ouvinte imediato e o distante aos processos de construção e debates gerados pela Bienal.

 

Juntos, exposições e programas compõem um sistema orgânico, caracterizado pela expansão e pela abertura. Com a finalidade de destacar esta última, a 7ª Bienal organiza uma convocatória aberta para Projetáveis, uma exposição que viaja sem bagagem e que tem a capacidade de ser apresentada simultaneamente na Bienal e em diversas cidades do Brasil e do mundo.

 

Por sua vez, o título da Bienal – Grito e Escuta – se refere à importância de explorar a comunicação multidirecional: entre um mundo em conflito e um artista que escuta e responde; entre um artista que produz sentido com a intenção de que o mundo o escute, através de múltiplas linguagens, com a intenção de alterar, por sua vez, a hegemonia da visualidade. A 7ª Bienal do Mercosul explora a sonoridade, o movimento corporal, a vivência social e a vivência pedagógica como partes integrantes da experiência da arte hoje.

 

Por fim, seu título propõe chamar a atenção e sinaliza a intenção da 7ª Bienal de incorporar um amplo espectro de conteúdos: desde o artista que realiza uma ação para gerar uma transformação ou um impacto concreto sobre a realidade, até o artista que promove a atitude reflexiva e a escuta ante o entorno, que resgata o poder do diálogo como modelo possível de construção para uma sociedade melhor.

 

 

 

-       Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez

Curadores Gerais da 7ª Bienal do Mercosul