Cinema e Psicanálise

Por Rafael Borsanelli para o IEA/USP em 06/09/2016.

Cinema e Psicanálise, ambos com marco inicial no mesmo ano de 1895 e suas relações nem sempre cordiais, por vezes idealizadas.

O Cinema, um dos maiores - senão o maior entretenimento de massa da primeira metade do século XX, perde campo a partir dos anos 1950 para a televisão e outras mídias audiovisuais, além de vir a sofrer modificações no suporte película-projeção-tela para a gravação digital com maior facilidade de reprodutividade individual, reduzindo o antes exclusivo formato de exibição original em enormes salas nas quais as plateias compartilhavam os filmes de modo coletivo.

Paralelamente, a Psicanálise criada em Viena por Freud também passa a sofrer ataques e relativo desprestígio, modificando-se o formato original do setting estabelecido por Freud: seja com o "tempo lógico" lacaniano, seja com a frequência menor de sessões; e ainda: por divergências dentro e fora do campo psicanalítico, mas especialmente pelos questionamentos advindos dos avanços na psicofarmacologia e por parte de alguns estudiosos das neurociências.

O humanismo de parte expressiva do chamado "Cinema de autor" das primeiras décadas seguintes à II Guerra perde espaço para espetáculos de efeitos especiais que levam de volta o Cinema às suas origens de ilusionismo para antigos parques de diversões e feiras.

E o humanismo das teorias psicanalíticas de Freud e seguidores também se defronta com outras formas de psicoterapias comportamentais sem privilégio do sujeito. Caminhos paralelos por mera coincidência?

Conferencista

Luiz Fernando Gallego

Debatedores

Alessandra A. M. Parente (FFLCH-USP)

Massimo Canevacci (IEA-USP)

Moderador

Sergio Paulo Rouanet

Organização