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Verbetes relacionados ao tema da UM


alternativo

1. Outro em relação ao estabelecido; aquele que defende a alternância de perspectivas e transita entre convenção e invenção; que cria ou se utiliza de outros sistemas, expandindo o sistema instituído. 2. No campo das artes visuais, personagens, espaços e proposições gestados e localizados fora do mainstream (não seria melhor mudar essa palavra?), mas que tendem a ser incorporados por ele na medida em que se notabilizam.


circuito

1. Trajetória realizada por um objeto artístico (quadro, escultura, gravura, fotografia, caixinha de lembranças, livro de memórias, objetos de uso cotidiano ou tudo isso junto) após seu lançamento pelo artista. Em seu itinerário, percorre diversas paragens, cuja somatória circunscreve o “circuito de arte” (ou seria a circulação da arte?): museus, galerias, catálogos de exposições, residências de colecionadores, revistas especializadas, colunas sociais, cadernos de cultura, textos (auto)laudatórios de curadores geniais, leilões, canecas promocionais de conhecidas marcas de café, capas de caderno, embalagem de papel etc. 2. Por vezes, depois de um breve período de circulação, o objeto acaba desaparecendo em algum espaço desconhecido. 3. Atualmente, entretanto, é mais comum presenciarmos a transmutação de qualquer coisa em obra de arte após sua introdução no círculo mágico do circuito.


independente

1. Auto-sustentável; que não aceita se submeter a critérios dominantes; que tem suas próprias leis e maneiras de se relacionar; que toma suas próprias decisões e cria sua própria regra. 2. O contrário do dependente; é auto-suficiente para geração de idéias, opiniões, financiamentos e produção; não coagido e livre das ideologias e do mercado; acredita na sua autonomia. 3. Mesmo sendo parte integrante de um sistema ou circuito, não estabelece uma relação direta e extensiva com as outras partes.


instituição

1. Tudo o que se funda e permanece no tempo gerando novas significações. Diz-se das obras-primas da história da arte e da literatura que são instituições por sua fecundidade, que é a capacidade de sugerir a geração de outras obras, e por sua pregnância, que é a sua intransparência, sua capacidade de alterar a história, ou de fazer com que a história nunca mais seja a mesma. Não confundir com: 2. Instituição do tipo “universidade”, “academia”, “governo”, “galeria”, “jornal” ou “banco”, que, segundo certa teoria institucional, procuram dar a última palavra sobre a natureza das obras de arte, mas logo são varridos pelo juízo implacável do tempo.


marginal

1. O oposto de central: à margem, periférico ou não-essencial. Diz-se da pessoa que vive à margem da sociedade ou da lei; fora-da-lei. A condição de ser marginalizado pressupõe uma noção de exclusão a reboque. 2. Em arte, diz-se de artistas ou vertentes que por meio de sua prática e/ou postura ideológica subvertam ou contestem determinados padrões e estatutos firmados pelas convenções estéticas vigentes. O termo permite uma acepção elástica, definida também pelo contexto de sua aplicação. Por exemplo, em nossa turbulenta e difusa visualidade contemporânea, quando não mais se sabe precisar quais são e onde estão "as margens", "ser marginal" pode implicar em um exercício bem diverso do que era há, digamos, trinta ou quarenta anos.


mercado

1. Lugar onde se comercializam mercadorias, praça central das antigas cidades, ponto-de-encontro. 2. Empório, galeria de arte, loja. 3. Permutação, consignação ou troca de produtos e valores, comércio. 4. Relação estabelecida entre a oferta e a procura de bens e capitais. 5. Mercado de Arte: mercado que tem na Obra de Arte seu objeto de comércio e o legitima como produto especulativo exclusivo; por exemplo: “Antes de morrer sua obra estava desvalorizada pelo Mercado, mas hoje suas esculturas únicas e assinadas são muito cobiçadas”.