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Conferência 3: O papel da mídia no circuito da arte/Resumo do debate imersivo

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Comunicações
Considerações finais

Conferencistas: Antoni Abad, Lucia Santaella  Debatedores: Márcio Doctors, Daniela Kutschat, Maria Alice Milliet, Angélica de Moraes, André Parente, Ricardo Ribenboim, Carla Zaccagnini; Moderador: Celso Favaretto. Auditório 1.
Relatores: Juliana Monachesi (resumo), Paula Alzugaray (relato), Daniela de Castro e Silva (coordenação de relatos).

 

Resumo do debate imersivo

(por Juliana Monachesi)

Muito do debate imersivo 3, sobre o papel da mídia no circuito da arte, girou em torno de questões referentes ao trabalho apresentado na conferência da manhã pelo artista espanhol Antoni Abad. No debate, buscou-se entender principalmente o papel desempenhado pelo artista em um projeto de autoria coletiva e qual estatuto (é arte? não é arte?) pode ser atribuído aos produtos de tal criação coletiva.

Em resposta à primeira pergunta, de Jairo Vorobow, sobre o possível estatuto dos trabalhos, Abad questionou o direito que artistas teriam de interpretar a cotidianidade: “por que são artistas seres autorizados a desvendar os processos da contemporaneidade e não outros agentes?”. Abad referia-se aos participantes/autores de seus projetos - minorias à margem das mídias, dentre eles, taxistas na Cidade do México, prostitutas em Madrid, ciganos em Lleida e Leon - que retratam seu cotidiano utilizando tecnologia de telefonia móvel e a internet.

Lucia Santaella concordou: “Já há muito tempo não se coloca a questão de a obra ser objeto de contemplação; o trabalho artístico é processual. Ser artista hoje é sustentar um desejo”. Designando o papel de Abad como o de um agenciador, Santaella finalizou: “cada uma das imagens, isoladamente, é trivial, mas seu conjunto é extremamente significativo”.

Márcio Doctors e Celso Favaretto engajaram-se em uma discussão sobre a reinstauração do cotidiano como lócus da enunciação e não mais como representação. Maria Alice Milliet interrogou a mesa confrontando a proliferação e livre acesso aos meios de produção com o gargalo que ainda existe nos meios de distribuição, ao que Santaella respondeu que também os meios de distribuição estão se multiplicando. Lucas Bambozzi reforçou a idéia apontando no trabalho de Abad uma estratégia de criar canais de emissão com mediação mínima, esgarçando o potencial dessa emissão e, ao mesmo tempo, desviando-a do laço corporativo mercadológico que subscreve o caráter público da internet.

A segunda metade do debate concentrou-se principalmente em questões sobre a inscrição das obras no universo da arte, a barbárie do sistema da arte, e ainda sobre um possível encontro entre o papel do educador e o papel do artista-agenciador. Ao final, foi retomado o tema da diluição da autoria da obra de arte, e de como o processo de subjetivação do artista na era digital se dá no âmbito da “mente distribuída” e de uma “subjetividade porosa”.