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Arte e Patrimônio no Paço Imperial, RJ

Em cartaz: 22 de agosto a 21 de setembro 2008 - Terça a domingo, 12-18h

Artistas

Eduardo Coimbra  | Anfiteatro público

Nuno Ramos | fodasefoice                 

Carlito Carvalhosa | Estou lá

Paulo Vivacqua | Palavras cruzadas

Rafael Cardoso [curador] | Morro das artes

André Severo e Marcelo Coutinho | Projeto Dois Vazios

O Edital Arte e Patrimônio 2007 contemplou doze projetos de vários estados do Brasil, sob realização do Ministério da Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional | IPHAN, com o Paço Imperial, e patrocínio da Petrobras.

O Paço expôs três deles, de maio a julho deste ano e, agora, de 22 de agosto a 21 de setembro, mostra trabalhos inéditos de outros seis ganhadores do edital, cujas obras foram apresentadas no Rio de Janeiro, em Salvador e Porto Alegre.

Eduardo Coimbra | “Anfiteatro público”

O artista plástico carioca Eduardo Coimbra constrói um anfiteatro de 7,5m x 7,5m, na primeira sala do segundo andar do Paço. Composto por degraus, como os de arquibancada, nos quatro lados, com um centro quadrado. O acesso do público será por um dos cantos do quadrado, a 1,5m de altura. O visitante pode andar pela construção, sentar, conversar e sair pelo canto diagonal oposto ao de entrada.  

A parte vertical de todos os degraus é forrada de espelho, enquanto o restante do anfiteatro, de madeira, é todo pintado de branco.  

Dessa maneira o público se vê refletido nas diversas camadas da construção e nos quatro lados. A conceito do trabalho é “criar uma ponte entre espectador e obra, na medida em que o que está exposto são os próprios visitantes, o que está em exibição é o espaço de exibição; a obra é apenas uma condição espacial para que isso ocorra, um ambiente para a contemplação da contemplação”, explica Coimbra. O artista considera este  trabalho oportuno para integrar o tema arte e patrimônio, discutindo o espaço expositivo e a relação com o público.

Nuno Ramos | “fodasefoice”

Duas vozes femininas gravadas repetem alternadamente “foda-se” e “foice”. Duas mulheres-estátuas, de pé sobre duas caixas de som, são acionadas pelas palavras para empreeenderem o movimento, em câmera lenta, de ceifar, com uma foice prateada, o monte de feno à sua frente.

Quando se ouve a segunda palavra, a primeira performer pára o movimento onde estiver e o cristaliza, e a segunda performer ceifa o monte de feno, também em câmera lenta, e estanca ao som da primeira palavra. “Foda-se” e “foice” são os comandos que “ligam” e “desligam” a dança das foices.

Quando não houver performance, o áudio estará ligado, assim como um vídeo-registro das performers em ação. 

O artista paulistano Nuno Ramos atribui à foice a conotação de morte, de ceifar a vida, ao mesmo tempo em que a palavra tem o mesmo som de “foi-se”, fim. 
 

Carlito Carvalhosa | “Estou lá”

O artista paulista, radicado no Rio de Janeiro, se inspirou em um rolo de papel translúcido, que o acompanha há 15 anos, “tão fino que nunca acaba”, conta Carvalhosa.

Ele, então, pensou em grandes volumes suspensos, com o mesmo formato, mas de dimensões diferentes, para ocupar o espaço. “A regra é o mínimo de peso e o máximo de volume”, determinou o artista. 

Cada uma das cinco peças, feita de tecido branco, tem o formato de uma caixa translúcida, aberta em baixo, muito leve e grande. A maior tem 25 metros de comprimento e atravessa duas salas do Paço. 

A primeira impressão é de que o espaço está bloqueado. Em seguida, nota-se que é possível tocar as peças, e mesmo entrar nelas.  O lugar “perde” sua arquitetura original e ganha uma nova, criada pelo labirinto de  volumes, que, aos poucos, se revela um outro lugar. 

Por dentro das peças, o espaço é separado das paredes do prédio – o que se vê é o vazio e a luz projetada no vazio. Maneco Quinderé assina o projeto de iluminação.

A primeira versão desta obra foi instalada na Capela de N.S. da Conceição, no Solar do Unhão, no MAM Bahia, como parte do Edital Arte e Patrimônio.

Paulo Vivacqua | “Palavras cruzadas”

Oito canais de áudio, alto-falantes, fios, um lugar para ver e ouvir, descreve Paulo Vivacqua, o autor. A instalação “Palavras cruzadas” gera um labirinto sonoro de palavras fragmentadas entre frases, sílabas e  letras. Elas se recombinam ao longo do tempo, sugerindo sentidos e narrativas abertas em um jogo sensorial de vozes humanas desconexas.  

Cada voz está separada em um canal de áudio, representado por desenhos de fios coloridos e pequenos alto-falantes afixados nas paredes da sala. Eles criam imagens orgânicas, abstratas, em tamanho natural. sugerindo formas ou seres. 
 

“Morro das artes” | curadoria Rafael Cardoso

Em 12 e 13 de abril deste ano, através do apoio do Edital Arte e Patrimônio, o Morro da Conceição, no centro do Rio de Janeiro, ganhou trabalhos plásticos, performances e oficinas de 22 artistas - Adrianna Eu, Bianca Bernardo, Carlos Contente, David Cury, Ducha, Elisa Castro, Evelyn Kligerman, Gabriela Mureb, Gabriela Noujaim, Guga Ferraz, Heleno Bernardi, João Modé, João Penoni, Lívia Flores, Marcelo Frazão, Marcos Cardoso, Marcos Chaves, Marinho, Pedro Agilson, Renato Sant'Ana, Ronald Duarte e Tatiana Grinberg, sob curadoria de Rafael Cardoso. 

Agora, o Paço apresenta o registro em fotos, áudio e vídeo dos acontecimentos daquele fim de semana de abril e trabalhos inéditos de alguns dos participantes. Gabriela Noujaim, por exemplo, mostra uma nova instalação, “Pule do Morro da Conceição” - uma figura impressa em serigrafia sobre vidro da silhueta de um homem se jogando da sacada do Quartel do Exército sobre fotos projetadas em slides, com vista para o cais do porto com a ponte Rio-Niterói. 

O curador avalia ser o Morro da Conceição um “patrimônio histórico de valor indiscutível”, como uma das balizas iniciais da urbanização do Rio de Janeiro e principal remanescente da tradição mais antiga luso-carioca de moradia.  

Para Cardoso, o ciclo não se completaria sem a exibição em uma galeria da arte que subiu o morro. Ao dar espaço a essa produção, o Paço Imperial fecha o circuito e abre um canal entre quem freqüenta o meio artístico e quem fica de fora. A intenção desta exposição é a união entre arte, patrimônio e comunidade.

“Dois vazios”

O projeto “Dois vazios”, apresentado por André Severo e Marcelo Coutinho, através de ARENA – Associação de Arte e Cultura, consiste em quatro filmes experimentais concebidos e produzidos por André Severo e Paula Krause (Rio Grande do Sul) e Marcelo Coutinho e Ismael Portela (Pernambuco), artistas atuantes no cenário contemporâneo.  

“Dois vazios” trata do encontro entre duas linguagens, cinema e artes plásticas, e também do embate entre duas vastas paisagens brasileiras: os pampas da região sul e o sertão do nordeste. 

Os vídeos foram lançados em Porto alegre e devem participar de mostras em todo o Brasil. 
 
 
 

PAÇO IMPERIAL

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