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Fundarpe abre 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco

Exposição Narrativas em madeira e muro: Presença da xilogravura popular reúne as obras de Gilvan Samico e Derlon  a partir do dia 26 de novembro no Museu do Estado de Pernambuco

Primeira mostra da edição 2008/2009 do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco reúne as obras do gravador Gilvan Samico e do grafiteiro na exposição Narrativas em madeira e muro: Presença da xilogravura popular nas obras de Samico e Derlon. A exposição, com abertura no dia 26 de novembro, às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco, segue até o dia 18 de janeiro.

Sob curadoria de Adriana Dória Matos, a mostra traz a proposta de observar a presença da xilogravura popular nas obras desses dois artistas pernambucanos, apontando as aproximações que se estabelecem entre trabalhos de diferentes épocas e produzidos em diferentes suportes.

Gilvan Samico é conhecido por uma trajetória artística que é desde o início marcada pela produção de gravuras em madeira, obra que foi ao longo do tempo sendo depurada em linguagem própria, trazendo contribuição original ao acervo de gravuras do Brasil.

Tendo iniciado sua carreira de gravador nos anos 1950 com os mestres Lívio Abramo e Oswaldo Goeldi, que muito o influenciaram, na década seguinte, sobretudo entre os anos 1960 e 1966, Gilvan Samico passou a dialogar mais explicitamente com a tradição da gravura nordestina, desenvolvendo então um acervo de obras em que se percebe a influência da xilogravura que servia muitas vezes como ilustração à literatura de cordel, caracterizada pelo traço simples – impresso em preto-e-branco ou em cartela reduzida de cores – e por temáticas do cotidiano e do imaginário peculiar à cultura local.

É justamente a partir do olhar sobre este período da produção do artista, composto por não mais que três dezenas de obras, que a mostra Narrativas em madeira e muro – Presença da xilogravura popular nas obras de Samico e Derlon busca o encontro entre a obra consagrada de Samico e a produção do jovem artista Derlon Almeida.

Assim como ocorreu a Gilvan Samico nos anos 1960, a xilogravura popular nordestina despertou o interesse de Derlon, que nos últimos quatro anos vem espalhando pelos muros do Recife – e também em cidades como Garanhuns (PE) e Marselha (FR) – variados grafites em que se percebe a influência dessa tradição.

Desenvolvendo técnica em que o traço esfumaçado e a profusão de cores que notabilizam o grafite urbano dão lugar a contornos firmes e economia nas cores, Derlon Almeida insere na cultura jovem e urbana do grafite referências da tradição, sugerindo temáticas que se distanciam das propostas pelo hip hop, matriz do grafite local, contando histórias de homens e bichos aos que passam pelas ruas aos mais variados destinos.

Ao destacar a presença da xilogravura popular em obras tão díspares quanto as de Gilvan Samico e Derlon Almeida a presente mostra também homenageia a riquíssima contribuição da gravura popular à arte e à literatura brasileira.

Serviço:

Narrativas em madeira e muro: Presença da xilogravura popular reúne as obras de Gilvan Samico e Derlon
Quando: abertura, 26 de novembro

Horário: 19h

Local: Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960. Graças. F. 81 3426-5943)

 

SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE PERNAMBUCO

 


O Salão, que este ano homenageia o pintor Jairo Arcoverde, oferece 21 bolsas para pesquisa ou produção e mais 24 prêmios, totalizando R$ 360 mil em fomento direto para diversas áreas de artes visuais, como projeto de Pesquisa em Artes Plásticas, projeto de Pesquisa e Produção em Fotografia, Pesquisa sobre Artes Visuais em Pernambuco e projeto para Vídeo-documentário em Artes Visuais. O 47º Salão também chega acrescido de uma novidade: novas bolsas de residência artística e prêmios direcionados para as áreas de intercâmbio em arte/educação, ensaios teóricos e em grafitagem.

Com 260 projetos inscritos, o 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, promovido pelo Governo de Pernambuco, através da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), comemora um aumento de 40% nas inscrições em relação à edição passada.

Criado em 1942, o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco chega à sua 47ª edição, tendo como diferencial a implementação de um programa de bolsas de pesquisa que ao invés de premiar obras prontas, seleciona projetos que serão fomentados pela instituição, com o intuito de incentivar as áreas de pesquisa, formação, difusão, etc. Já passaram pelo Salão, Artistas pernambucanos como Vicente do Rego Monteiro, Francisco Brennand, Gilvan Samico, João Câmara, Paulo Bruscky.

NOVIDADES – A inserção de novas bolsas (residência artística) e inclusão de prêmios para as áreas de intercâmbio em arte/educação, ensaios teóricos e em grafitagem pela Fundarpe veio como forma de atender a uma solicitação do próprio setor, que participou como co-gestor da elaboração deste novo formato de edital. Dessa forma, são disponibilizadas quatro bolsas de residências artísticas, com duração de 4 a 10 meses, no valor de R$ 15 mil cada uma. Os artistas contemplados fincarão a construção de seus trabalhos numa localidade entre as quatro Macrorregiões do Estado (Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana) ou Fernando de Noronha, morando nela durante o período de desenvolvimento da bolsa, interagindo com a cultura local.

O edital ainda garante 15 prêmios, de R$ 1 mil cada, para os melhores ensaios teóricos sobre a produção de artes visuais em Pernambuco. Outro item inédito: serão aceitos projetos em grafitagem. Ao todo são quatro prêmios, de R$ 5 mil, visando à realização de intervenções urbanas nos bairros periféricos da Região Metropolitana do Recife (RMR) e nas cidades pólos das 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco.  Também haverá premiação para as cinco melhores propostas de intercâmbio em arte/educação, no valor de R$ 5 mil cada uma, com o objetivo de desenvolver propostas educativas em parceria com o Setor Educativo do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco.

PRODUÇÃO E PESQUISA – Na área de fotografia, o Salão ampliou para cinco o número de bolsas voltadas à Produção e Pesquisa (no ano passado eram quatro). Cada artista aprovado receberá R$ 15 mil para desempenhar um trabalho na área, durante 10 meses, visando à exposição do material em equipamentos culturais da Fundarpe.

Já os projetos de Pesquisa e Produção em Artes Plásticas (10 bolsas no valor de R$ 15 mil), Pesquisa sobre Artes Visuais em Pernambuco (uma bolsa no valor de 15 mil) e Vídeo-documentário sobre Artes Visuais em Pernambuco (uma bolsa no valor de R$ 15 mil), mantiveram-se no mesmo formato da edição anterior. A razão da manutenção foi porque o segmento que representa as linguagens considerou mais importante a criação de novas frentes inexistentes até então.

COMISSÃO JULGADORA:

Breno Laprovítera - 43 anos, atua no mercado de fotografia desde 1987. Tem extensa atividade junto ao mercado editorial e publicitário , tendo seu trabalho presente em diversos jornais, revistas, catálogos de Arte, livros, CDs e peças publicitárias. Participou de exposições no Brasil e exterior. Desde 1995 realiza com grupo de fotógrafos a documentação do Carnaval Pernambucano através do projeto Lambe-lambe, que em 2002, gerou livro homônimo.

Lúcia Cardoso - Nasceu no Recife (PE), onde vive e trabalha. Mestranda em Design pela UFPE (2008), Especialista em Ensino Superior pela FCHE (1999) e Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFPE (1990), com formação em Arte/Educação, História da Arte, Desenho e Pintura. Atua como professora no Curso de Arquitetura e Urbanismo da FCHE (desde 1998) e no Curso de Pedagogia da UFRPE (desde 2006), como professora de Arte na Prática Pedagógica e Metodologia do Ensino da Arte.

Luciana Padilha - Assessora da Coordenadoria de Artes Plásticas da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco e coordenadora geral do 47° Salão de Artes Plásticas.

Luisa Duarte - Rio de Janeiro, 1979. Vive em São Paulo. Crítica de arte e curadora independente. Em 2008 é mestranda em filosofia pela PUC-SP.  Coordenadora do ciclo de conferências "A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro – Memória e Projeção", plataforma de debates da 28° Bienal de São Paulo, "em vivo contato", 2008. Fez parte da comissão curatorial do Programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural, edição 2005/2006. É professora da graduação em artes visuais da Faculdade Santa Marcelina.

Marco Polo - Marco Polo Guimarães, recifense, é jornalista e escritor. Foi diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), redator e curador da área de pintura, desenho e gravura do Catálogo do Museu do Estado de Pernambuco – Mepe, que integra a coleção de  catálogos de acervo dos museus brasileiros, patrocinada pelo Banco Safra. Redator e editor, com Adriana Dória, do Catálogo dos 45o e 46o Salões de Artes Plásticas de Pernambuco.

Maria do Carmo Nino - Graduada em Arquitetura (UFPE) e doutora em Artes Plásticas pela Sorbonne em 1995. Professora adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, e atualmente está na coordenação de Artes Plásticas da FUNDAJ. Tem experiência na área de Artes como artista, com ênfase em Fotografia, atuando também nos seguintes campos: arte contemporânea, fotografia, história da arte, crítica de arte, cinema e literatura.

Paulo Marcondes - Paulo Marcondes Ferreira Soares. Sociólogo e Compositor. É Doutor em Sociologia e Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE. Desenvolve pesquisas em Sociologia da Arte, particularmente voltadas à arte contemporânea e ao debate sobre arte e política.

Rejane Coutinho - Rejane Galvão Coutinho é doutora em Artes pela ECA/USP e professora do Instituto de Artes da UNESP, onde atua na Graduação e Pós-Graduação. Coordena o Arteducação Produções, equipe que desenvolve projetos de ação educativa e mediação cultural em São Paulo. É representante da América Latina no World Council da International Society of Education through Arts, InSEA (2006-2011); membro de grupos de pesquisa do CNPq e membro da Câmara Setorial de Artes Visuais do Conselho de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Foi avaliadora do Programa Petrobrás Cultural, no segmento Formação para as Artes, 2007. Tem publicado artigos em periódicos e livros, incluindo o Artes Visuais: da exposição à sala de aula, São Paulo, Edusp, 2005 em co-autoria com Ana Mae Barbosa e Heloisa Sales.

Ricardo Basbaum - Ricardo Basbaum (1961). Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista, crítico e curador. Expõe regularmente desde 1981. Trabalha em torno das relações sociais e interpessoais e neste contexto desenvolveu uma abordagem comunicativa para impulsionar a circulação de ações e formas. Com diagramas, desenhos, textos e instalações cria dispositivos interativos nos quais a experiência pessoal e individual dos atores e observadores participantes desempenha papel relevante. Suas exposições recentes incluem "7ª Bienal de Xangai" (Xangai, China, 2008), "quase líquido" (itaú Cultural, São Paulo, 2008) e "documenta 12" (Kassel, 2007). Autor de "Além da pureza visual" (editora Zouk, 2007). Professor do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Rodrigo Braga - Nascido em Manaus (AM) em 1976, é radicado em Recife (PE), onde se graduou em Artes Plásticas pela UFPE em 2002. Em 2004 foi contemplado com bolsa de pesquisa no 45o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco. Entre 2005 e 2007 foi Gerente de Artes Visuais da Prefeitura do Recife, onde coordenou o SPA das Artes. Vem realizando exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior.

Total de projetos | por estado:

AL – 03

BA – 08

CE – 06

DF – 08

MA – 01

MG – 21

PA – 03

PB – 01

PE – 94

PI – 01

PR – 02

RJ – 37

RS – 14

SC – 05

SE – 01

SP – 53

POR CATEGORIA:

DOCUMENTÁRIO (04)

FOTOGRAFIA (60)

GRAFITAGEM (07)

PESQUISA E PRODUÇÃO EM ARTES PLÁSTICAS (144)

RESIDÊNCIA (28)

ENSAIO TEÓRICO (02)

PROJETO DE PESQUISA SOBRE ARTES VISUAIS EM PERNAMBUCO (09)

ARTE EDUCAÇÃO (06)

 

SELECIONADOS


PESQUISA E PRODUÇÃO EM ARTES PLÁSTICAS

Amanda Melo: Sal é Mar (MG)
O projeto é o resultado do interesse da artista em ações performáticas e suas relações com outras linguagens das artes visuais. A pesquisa culmina na realização de uma viagem de doze semanas a nove praias da costa brasileira. Durante a viagem serão produzidos três vídeos e os nove livros de aquarelas mediante a ação performática de desenhar com lápis aquarelável dentro da água do mar, permitindo assim a colaboração do meio agitado das ondas no corpo do desenho de observação.

Deyson Gilbert Silva e Souza: dos conceitos e objetos (SP)
Este projeto tem por intento analisar e esmiuçar as relações entre conceito e objeto no interior de contextos sociais determinados, atentando para o modo como a cultura e linguagem operam nos processos de inter-definição destes dois termos. O artista procurará criar situações de tensão nas quais conceitos cuja separação nos aparece como natural e óbvia confundem-se e redefinem-se continuamente a ponto da fronteira entre eles tornar-se problemática e incerta. Desse modo pensa explicitar os processos de naturalização operados tanto pela cultura e quanto pela linguagem no encontro entre subjetividade e realidade.

Elisa Pessoa e Celina Portella: 6X (RJ)
O projeto de pesquisa consiste em investigar as interfaces possíveis entre corpo, espaço e luz e produzir múltiplas projeções registradas em vídeo resultando finalmente em um vídeo com seis camadas. Ou seja, Elisa e Celina filmarão um corpo diante de uma fachada. Esse primeiro registro é o que chamarão de 1a camada. Sua projeção no mesmo lugar criará uma 2a camada, onde o intérprete entra novamente interagindo com sua própria imagem projetada. O que veremos aí são dois corpos (um real e um virtual). Essa imagem é filmada novamente e projetada criando a 3a camada e projetando-a em seguida obteremos a 4a camada. O trabalho segue assim até a 6a camada, onde veremos finalmente um corpo e fundo real e 5 corpos e fundos virtuais se sobrepondo com texturas e luminosidade diferentes. A idéia é fazer o vídeo intervenção 1 vez por mês numa fachada a ser escolhida no centro da cidade do Rio de Janeiro. Essa intervenção/performance será aberta ao público. Ao final o vídeo será exposto em Recife.

Fabiano Gonper: Desenhos em Projeção / Reconfiguração do Sujeito (SP)
O projeto visa o desenvolvimento de uma série de desenhos para exibição em mídias de projeção (como projetor de vídeo, slides, retroprojetor, luz e tv), no intuito de explorar novas visualizações do desenho e investigar a idéia de reconfiguração do sujeito contemporâneo dentro da nossa sociedade. O campo de conhecimento dessa pesquisa refere-se à arte, filosofia e antropologia; no que se refere às relações estabelecidas entre linguagem e pensamento, a partir de experiências humanas na atualidade, como: as mutações, padronizações e sistematizações das relações sociais.

Graziela Kunsch: Revista Urbânia 4 (SP)
Desenvolvimento e impressão do quarto número da revista Urbânia, editada pela artista. O ponto de partida do projeto editorial da revista Urbânia 4 será investigar projetos de construção de cidades (realizados ou que tenham existido apenas como projeto). Entre os projetos da revista ela gostaria de apresentar, por exemplo, a pesquisa do Berlage Institute Brasilia Today: city as political form, na qual eles investigam a continuidade da construção de Brasília pelos seus moradores. O artista e arquiteto Vitor Cesar irá colaborar no desenvolvimento do projeto gráfico da revista.

Jeims Duarte: Urbólides (PE)
Urbólides (ou bólides urbanos) serão objetos móveis, construidos a partir de materiais industriais e depositados em áreas específicas da cidade do Recife, objetivando a itinerância de tais objetos, acompanhada através de monitoramento por GPS. Baseados nos bólides de Hélio Oiticica, urbólides serão incrustações errantes, no tecido urbano, de refugos dos materiais que constroem nossa realidade aparente. Tais objetos serão construídos utilizando materiais como metal, plástico, vidro, concreto e madeira, acoplados numa estrutura metálica cúbica e dotados de rodas. Os urbúlibes farão um conjunto de 9 e o monitoramento dos mesmos via satélite subsidirá a elaboração de um mapa do percurso espaço-temporal dos urbúlides, bem como o posterior registro fotográfico de seu destino final.

Jonathas de Andrade: Condução à Deriva (PE)
Jonathas porpõe fazer uma viagem de reconhecimento de território e sentimento pela América Latina, buscando assimilar até que ponto uma idéia de unidade latinamericana faz sentido. O artista usará a fotografia como suporte de apoio para criar o que viria a ser uma coleção de memórias de um personagem localizado em um passado impreciso, latinamericano. Um personagem anônimo e desconhecido. Como se, durante esta viagem, ele encontrasse ao acaso uma sacola perdida em algum matagal ou casa abandonada, e dentro dela encontrasse memorabília pessoal diversa – fotografias e pequenos objetos – e coubesse ao artista voltar desta viagem com este material tratando seus fragmentos como documentos históricos. Regra de viagem: a cada mês, ao receber o pagamento da bolsa, Jonathas deve se mudar para algum país vizinho ao que está.

Marcos Costa e Carlos Mascarenhas: Ópera Crua (PE)
Este projeto consiste na elaboração de uma ópera instalação, na qual se conjugue um diálogo entre imagens e sons, colhidos e catalogados diretamente no cenário do cotidiano informal dos trabalhadores que circulam pelas ruas do Recife. Habitualmente, estes negociam suas mercadorias e serviços através de cantigas ou pregões musicais, entre os quais pode-se citar: o vendedor de japonês (doce "quebra-queixo"), o amolador de tesouras, o cavaco chinês, o vendedor e macaxeira, a kombi do ovo, o sorvete na vasilha, etc.

Maria Eduarda N. da F. Belém e Nicolás Robbio (Grupo "33"): A Arquitetura do Símbolo na Cidade do Recife (PE)
Este projeto trata-se de uma pesquisa sobre a origem e história dos símbolos presentes nas edificações da cidade do Recife que pretende não só desvendar a estrutura e significação, como também – de posse desse repertório simbólico – construir novos símbolos, através de desenhos, pinturas e objetos que venham a ressignificar essas imagens dentro de um contexto de arte contemporânea.

Matheus Rocha Pitta: Drive Thru # 2 (RJ)
Drive Thru é uma série de vídeos que investiga a interdição de objetos, sua retirada de circulação compulsória e a inserção de sua imagem no circuito de mídia. No mundo capitalista, onde a circulação global de bens, serviços e pessoas cresce rapidamente, essas apreensões indicam tanto uma negociação desse trânsito de mercadorias quanto uma subcirculação de bens perdidos. A circulação da imagem da apreensão estabelece uma disjunção radical entre imagem e objeto. Mesmo que a coisa apreendida seja destruída, sua imagem não é, como podemos ver nos displays cuidadosamente criados pela polícia nas coletivas de imprensa. Nessa contradição, o artista acredita haver uma alegoria de nosso tempo. Para ele, uma amostra dessas apreensões, formam tanto um totem quanto um tabu de nossa cultura.

PESQUISA E PRODUÇÃO EM FOTOGRAFIA


Cia de Foto (Fernando Simões Figueroa, Rafael Ignácio Jacinto, João Moraes Kehl): Caixa de Sapato (SP)
Ter no coletivo uma Caixa de Sapato faz com que o grupo fotografe o tempo todo. Momento a momento. Uma produção sistemática onde o instante mais corriqueiro, o mais ordinário, tem uma marca fotográfica. É comum ter coleção de fotos numa caixa de sapato. As caixas de sapato são um veículo de organização coletiva. A pesquisa é expor as imagens da intimidade do grupo para permitir que cada foto tenha um repertório de histórias públicas. Catalogar as utilizações Uma amostragem de como vêem as imagens. No decorrer dos 10 meses, formarão um catálogo das histórias públicas das fotos.

Dominique Berthé: Abecedário Nordestino, exercício de estilo (PE)
A artista fará uma pesquisa fotográfica sobre suas relações com quatro "elementos" brasileiros escolhidos: humano, animais, vegetais e aquáticos, sobre suas razões visuais e sentimentais de morar no Brasil e principalmente a escolha de ficar nesse país de cultura diferente da dela, mas tão rica e fascinante. Esta pesquisa vai seguir regras pré-determinadas a serem respeitadas. Dentre elas utilizar cada letra do alfabeto brasileiro para organizar um determinado itinerário Nordestino e escolher lugares que têm o nome que faz referência à água na sua composição, origem e significado.

Fabio Okamoto: Marcas (SP)
O projeto pretende discutir a representação dos espaços urbanos pela fotografia e as relações deste meio com o desenho e a pintura. O desenvolvimento ocorrerá em duas vertentes, a primeira com a pesquisa de fotógrafos, artistas gráficos e pintores modernos/contemporâneos que circulam por essas linguagens. A segunda com uma proposta de produção de um trabalho experimental fundamentado principalmente na fotografia

João Castilho: Confluências (MG)
O artista trabalhará dentro da idéia central de frestas/suturas e da idéia da fotografia no limite entre registro/documentário e obra acabada.Castilho fotografará intervenções efêmeras realizadas por ele mesmo na natureza, na arquitetura e em objetos. Essas interferências se norteiam pelas ações de rasgar e costurar, quebrar e colar, cortar e emendar. Num ato de desconstrução e reconstrução estas frestas e suturas se colocam em relação aos movimentos da vida. Cada etapa e cada processo vivido são passagens que sempre deixam marcas e perdas e são quase processos terapêuticos de descarga e recarga onde algo sempre se perde e se recupera.

Sofia Borges: O Variável (SP)
Em 2008, houve uma mudança significativa na construção das imagens. Na tentativa de aprofundar seus questionamentos em relação à natureza da imagem fotográfica, Sofia acresceu um novo elemento: o duplo; passou a multiplicar os objetos em cena, sobretudo os sujeitos. Dessa maneira a imagem passou a ter mais de um sujeito, que na realidade era o mesmo. Essa inserção colaborou para a ampliação de sua pesquisa, que será realizada no período da bolsa.

PROJETO PARA RESIDÊNCIA ARTÍSTICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Bianca Bernardo: Viver para Desaparecer (RJ)
Macro Região: Fernando de Noronha
A artista pretende produzir e registrar uma série de ações e intervenções em colaboração com a comunidade noronhense. Bianca Bernardo idealiza os registros através de diários, cadernos de notas, mapas, desenhos, fotografias e vídeos. Ao final da residência, irá organizar uma exposição apresentando as obras e registros de ações/intervenções realizadas neste período.

Izidorio Cavaltanti: Alhures: A Informalidade na Arte (PE)
Macro Região: Sertão do Moxotó
Izidorio pretende, através da arte, se apropriar do cotidiano do comércio e cultura do sertão do moxotó se utilizando da prática de suas poéticas. Seria uma forma de "piratear" o universo simbólico dos personagens e objetos urbanos, numa tentativa de produzir uma arte distanciada da arte formal que se encontra nos museus. Como trabalho inicial propõe aprimorar-se, trazer símbolos de objetos dessa região como a informalidade da rua juntamente com toda sua estrutura logística para o interior do museu e, por sua vez, levar objetos artísticos para essa região, igualando-os a arte contemporânea. O artista pretente ainda realizar intervenções públicas, registrando-as através de vídeos e/ou fotografias, com a finalidade de ter um material de base para a montagem de uma instalação no espaço do museu.

Pedro David: Homem Pedra (MG)
Macro Região: Sertão
Criar um "documentário imaginário", ensaio fotográfico conceitualmente orientado, que aborde o tema da relação do homem com a natureza de forma pessoal, onde haja lugar para a interpretação sobre a subjetividade das pessoas envolvidas, sua relação íntima com seu meio, suas idéias, mitos e angústias sobre a vida.

Tatiana Devos Gentile: Mire Veja (RJ)
Macro Região: Região Metropolitana (Recife e Olinda)
Mire Veja é uma video-dança-instalação onde dentro de uma pequena caixa, numa estrutura similar a de um lambe-lambe uma pessoa poderá olhar outra que dança pra ela. O que se passa entre? Entre eu e a pessoa filmada? Entre o espectador e os filmes? Entre vidente e o visível? Entre o visível e o invisível?

PROJETO PARA UM VÍDEO-DOCUMENTÁRIO SOBRE ARTES VISUAIS EM PERNAMBUCO


Jura: Panorama das Artes Plásticas em Pernambuco (PE)
Produzir um curta-documentário que enfoque obras e artistas que caracterizem a evolução das artes visuais em Pernambuco, a partir de 1836 (criação do Liceu de Artes e Ofícios/ visita de Pedro II a Pernambuco) até os dias de hoje.

PRÊMIO PARA PROJETO DE GRAFITAGEM

Elanie Bomfim e Derlon Almeida: Conversa de Pescador (PE)
Intervenção: Ilha de Deus (Recife)
Intervenções de graffiti em espaços públicos e privados que tenham legitimidade entre os moradores da Ilha de Deus. O mote da pintura serão as histórias dessa comunidade de pescadoras e pescadores, conversas que, pela localização da ilha, estão entre o fantástico e a urbanidade.

Elvis Almeida Oliveira: Graffiti Ativo (RJ)
Intervenção: Recife
Graffiti Ativo visa colocar a arte do graffiti, sua história, seu processo de produção e os fazedores dessa arte junto ao expectador, sem dar importância ao seu nível de conhecimento sobre essa forma de expressão, na tentativa de aproximar mais pessoas a essa nova arte, proporcionando um crescimento conjunto entre ela e o espectador.

Galo de Souza: Oferendas (PE)
Intervenção: 5 terreiros em Recife

Intervenção de graffiti nos terreiros de cinco comunidades tradicionais da cidade do Recife. Consiste numa troca: o artista se alimentará da história dos terreiros e vai oferendar a pintura como homenagem a agradecimento a uma história contada. A idéia é que estes cinco trabalhos sejam fotografados, e esses graffitis virem postais eletrônicos, divulgando os terreiros e suas histórias em outros espaços, nacional e internacionalmente, passando adiante a oferenda.

Wagner Porto Cruz: Timbó é a terra da lua (PE)
Intervenção: Comunidade quilombola do Timbó, a 20km do centro de Garanhuns
Durante uma celebração do Samba de Côco "Mestre Juarez do Timbó e a Terra da Lua" o artista executará uma intervenção pictórica nas paredes laterais do prédio que abriga a escola da comunidade.

PROJETO DE PESQUISA SOBRE ARTES VISUAIS EM PERNAMBUCO

Joana D`arc de Souza Lima: Nomadismos e Estratégias Artísticas no Recife dos anos 80 – Entre a tradição e o novo (PE)

O projeto de pesquisa pretende analisar a configuração e a reconfiguração do meio artístico local, por meio do procedimento de mapear os lugares de formação e de produção das artes plásticas na década de 80, por meio de depoimentos de artistas (história de vida) e da pesquisa documental – periódicos, catálogos, cartas, diários, biografias, etc.

>>Sugestão de entrevista:
Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe: contato: Rodrigo Coutinho - assessor de Comunicação – (81) 9979.1304 | (81) 9278.3290 | (81) 3184.3005| [email protected];
Luciana Padilha, coordenadora geral do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco: (81) 3184.3078 | 9997.5132.