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Manuel Borja-Villel (Manolo)

historiador da arte, curador e gestor cultural. Nasceu em Burriana, Castellón, Espanha em 1957.
Manuel Borja-Villel (Manolo)

Manuel Borja-Villel (foto: MNCARS).

Curador da 35ª Bienal de São Paulo (2023), curadoria essa compartilhada com outros 3 curadores afro-decendentes (Grada Kilomba, Diane Lima, Hélio Menezes).

Por 15 anos foi diretor do Museu Reina Sofia, o museu nacional de arte moderna e contemporânea da Espanha, em Madrid (2008 a 2023), como também do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA) (1998-2007).

Borja-Villel foi diretor do museu da Fundació Antoni Tàpies em Barcelona, desde sua inauguração em 1990 até 1998, e também foi responsável por sua direção artística. Para essa instituição, ele organizou a exposição do trabalho de Tàpies, Selections from the Permanent Collection, e abriu a primeira temporada artística com uma retrospectiva da artista Louise Bourgeois. Outras exposições incluíram: Els límits del museu e La ciutat de la gent; Brassai. From Surrealism to Informalism, 1993-95, ou exposições dedicadas aos artistas Marcel Broodthaers, Lygia Clark, Hans Haacke e Krzysztof Wodiczko, entre outros. Ele escreveu sobre Rodchenko, expressionismo abstrato, Giacometti e arte espanhola contemporânea. Em 1995, promoveu também a criação de uma galeria fora da Fundação para exibir jovens artistas alternativos.

Entre 1998 e 2007, foi diretor do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA), embora tenha permanecido como membro do conselho de administração da Fundação Tapies. Foi nesse museu que ele apresentou várias exposições dedicadas, entre outros, a artistas como William Kentridge, Perejaume, Gerhard Richter, El Lissitzky, Raymond Hains, Martha Rosler, Luis Gordillo, Michelangelo Pistoletto, Adrián Piper, Antoni Tapies, Vito Acconci, Robert Frank, Günter Brus, Gego, Óyvind Fahlstróm, Peter Fischli & David Weiss e David Goldblatt. Outras exposições incluem Fields of Forces, sobre arte cinética entre 1920 e 1970; Art and Utopia, uma exposição de arte moderna "alternativa"; e Antagonisms, que analisa a evolução da arte social e ativista desde a década de 1960.

Desde 2001, ele é membro do Comitê Internacional de Museus e Coleções de Arte Moderna (CIMAM), do qual foi secretário e tesoureiro de 2004 a 2007 e presidente de agosto de 2007 a 2010. Nesse mesmo ano, presidiu o júri da 52ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza. Ele é membro da American Center Foundation Borrad (ACF), uma organização americana sem fins lucrativos dedicada à promoção da arte contemporânea, e do Comitê Consultivo da Documenta 12 em Kassel.

Como diretor do Museo Reina Sofía (MNCARS) de janeiro de 2008 a janeiro de 2023 merecem destaque a reorganização da exposição permanente, intitulada Vasos Comunicantes que está organizada em módulos com temporalidades flexíveis e abordagens interdisciplinares. A idéia norteadora foi a de desenvolver uma exposição de forma orgânica, cujos módulos podem ser vinculados uns aos outros, transformados, incorporados a outros e gerar novas narrativas. Ou seja, a participação crítica do público é essencial.  O museu tambem organizou neste período outras exposições originais e até ousadas, como as de Nancy Spero, James Coleman, Deimantas Narkevicius, uma antologia do artista italiano Luciano Fabro, falecido em 2007, Modernity Interpellated, Georges Vantongerloo, Paul Thek, Aby Warburg (Atlas, com Didi-Huberman), Potosi Principle, 1930s, Workers' Photography Movement e A Really Useful Knowledge, de 2014. Nesta trajetória foram reverenciados vários autores espanhóis, como Elena Asins, Ignasi Aballí, Daniel G. Andújar e Val del Omar. Em 2013, sua exposição sobre Salvador Dalí se destacou do ponto de vista quantitativo, de público.

Em 2016, Manolo (como é conhecido) e sua equipe apresentaram uma exposição antológica do artista belga Marcel Broodthaers. Assim como realizaram exposições itinerantes organizadas pelo Reina Sofía com obras de sua Coleção, como: Picasso e a modernidade espanhola (São Paulo e Rio de Janeiro, Brasil); Miró Last (1963-1981): The Experience of Looking (Denver e San Antonio, EUA); e Val del OmarLa mecamística del cine (Badajoz, Santiago de Compostela e Gijón).

Colaborou com vários museus, como o Centro Pompidou e os museus da Basiléia. Manteve relações privilegiadas com a América Latina, e o Reina Sofía faz parte da L'Internationale, uma iniciativa de museus europeus financiada pela Comunidade Europeia (cinco milhões de euros em cinco anos). Ela inclui instituições como a Moderna Galerija (MG Ljubljana, Eslovênia), o Museum van Hedendaagse Kunst Antwerpen (MHKA, Antuérpia, Bélgica), o Van Abbemuseum (VAM, Eindhoven, Holanda), o SALT (Turquia) e o Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona (MACBA, Espanha).

Formou-se na Universidade de Valência em 1980. Completou sua formação com estudos na Universidade de Yale entre 1981 e 1982 como aluno especial e com um mestrado em filosofia pelo Departamento de História da Arte da City University of New York em 1987. Em 1989, recebeu seu Ph.D. em Filosofia pelo Departamento de História da Arte da Graduate School da City University of New York. Recebeu uma bolsa Fullbright de 1981 a 1983 e uma bolsa da Fundação Kress em História da Arte de 1988 a 1989 para estudos no exterior.

Fonte principal: Wikipedia