Relato da mesa "Museu de arte no Brasil"

Mesa 2 - 21.08.2008. 16:30 museu de arte no Brasil: Ana Belluzzo e Martin Grossman (palestrantes), Ana Letícia Fialho (moderadora), Marcelo Araújo (debatedor) – por Beatriz scigliano carneiro

Nesse workshop, os museus de arte foram considerados pólos de um enfrentamento possível ao circuito do mercado da arte pelo fato de lidarem com o contexto local, ao menos em decorrência do contato presencial com um público visitante e também das coleções materiais que abrigam. A última mesa do primeiro dia do encontro tratou especificamente desse tema com duplo foco, nas idéias e conceitos que têm dado suporte aos museus de arte no Brasil e também no potencial de enfrentamento destes a um circuito artístico internacionalizado. Contou com a presença de Ana Letícia Fialho como moderadora, Ana Belluzzo e Martin Grossman como palestrantes; e Marcelo Araújo como debatedor.

Ana Belluzo situou sua palestra como uma resposta ao que ela denominou “provocações de Hans Haltering”. Uma dessas provocações foi a substituição da nomenclatura “arte contemporânea” pela “arte global” como uma forma mais precisa de distinguir a arte de hoje da arte moderna. Ana considera porém, que não há a delimitação fácil de uma fronteira entre arte moderna e a arte feita hoje, independente do nome que esta receba ― contemporânea, global —, especialmente frente à atual esfera administrada do sistema de arte internacional em relação à produção local.

Sua maior preocupação é que o sistema global pulverizou e esvaziou o sentido das coisas, a arte se aproximou perigosamente do entretenimento, ao mesmo tempo em que se afastou de uma narrativa abrangente. A combinação desses dois movimentos é que tornou mais forte essa perda de sentido e relevância, e frente a isso, ela enfatizou ser necessário rediscutir a própria noção de modernidade. As estéticas normativas se esgotaram, fato que exige uma nova articulação entre arte e crítica objetivando atualizar valores dos tempos modernos, desta vez sem pretender buscar consenso.

Afirmou que se faz cada vez mais necessário destacar o “lugar de onde se fala”. A grande narrativa da história da arte colocava a iniciativa européia no centro e a produção local entrava como idioletos de uma forma padrão central. Falar e mesmo  pensar a partir de uma dessas supostas variações puderam trazer questões à própria corrente central. O caráter singular da arte no Brasil decorreu de sua capacidade em refletir a expansão global, pois os artistas e os pensadores daqui convivem com referências diversas, de fora e de dentro.

Como exemplo, Ana citou as igrejas barrocas brasileiras, que não podem ser encaradas como mera assimilação religiosa da Europa. Foram construídas por uma específica organização social: na colônia, os construtores eram escravos em um contexto em que havia, entre outros valores, um desprezo pelo trabalho manual, o que não ocorria com tanta força no centro europeu. Além disso, no Brasil há diferenças culturais internalizadas na própria formação da cultura brasileira.

Nesse sentido, ao se falar a partir da experiência brasileira do modernismo, Ana procurou deixar clara a questão ambígua que emergiu do encontro, ou do desencontro, entre o projeto modernista dos locais periféricos e a ideologia moderna dos países centrais em expansão. Nos anos 20, época da primeira utopia modernista do Brasil, o modernismo nas artes procurou negar o estilo clássico e acadêmico do século XIX e levar em conta a cultura local brasileira como uma contraposição a esses estilos.

Depois da segunda guerra, no Brasil surgiram projetos desenvolvimentistas. Havia também uma vontade construtiva dos artistas, os arquitetos principalmente adquiriram grande influência. A utopia moderna se tornou realidade, como no caso da construção de Brasília. Essa segunda etapa modernista brasileira foi também época da constituição de museus de arte moderna. Os Museus de Arte Moderna do Rio e de São Paulo formaram coleções, mas infelizmente não estimularam pesquisas sobre arte. Hoje, esses museus buscam fazer eventos para um grande público, mas como Ana apontou, a pesquisa não entrou ainda como parte relevante de suas atividades.

A palestrante propôs que alguns termos utilizados até então no workshop fossem discutidos e redimensionados. No Brasil, a arte moderna nunca funcionou como uma proteção contra a “arte popular” e arte “étnica” — noções comentadas em outras mesas e na palestra de Belting —, como talvez tenha funcionado no eixo central euro-norte-americano da arte.

No projeto e construção do MAM da Bahia, citado como um exemplo, a arquiteta Lina Bo Bardi identificou-se à arte popular, à arte pré-industrial, consideradas como diferentes do chamado folk-lore, conceito problematizado pela própria abordagem do modernismo. Houve o encontro dos artistas modernos com a “civilização” do Nordeste onde os objetos não são criados por requerimento artístico. Ana Belluzzo enfatizou que no Brasil houve inversão de perspectiva, a atribuição de qualidade artística a certos objetos decorreu da percepção moderna. Os arquitetos artistas valorizaram não apenas objetos de cultura popular, mas também estruturas de obras de engenharia, como pontes vazadas ―realizadas dentro do critério de eficiência técnica ―, as quais passaram a inspirar projetos arquitetônicos mais artísticos. Esta concepção de arte assinalou portanto, um esforço de significação, e por meio desta, as coisas ganhariam novas releituras, novos signos; reforçando o potencial de transformação na sociedade global.

O segundo palestrante, Martin Grossmann, realizou sua comunicação com o apoio de imagens apresentadas no telão, algumas delas indicadas aqui em itálico. De início colocou em discussão o próprio “lugar de onde se fala” Para isso, relatou sua experiência de vida. Quando criança, neto de alemães, e em meio a outros descendentes de imigrantes alemães no Guarapiranga, região do município de São Paulo, ele se perguntava porque nascera no Brasil. Hoje, quando vai a Europa, ele não é considerado brasileiro pelos europeus, mas também não se sabe europeu.

Animação digital da construção da Torre de Babel imaginada por Brueghel

Martin trouxe uma dúvida, qual seria efetivamente o lugar de onde se fala? O lugar de onde se fala não necessariamente se coloca como fato dado e prévio. A virtualização do mundo fez com que a torre de Babel possa estar se construindo em qualquer local do planeta. Em algumas situações esse confortável lugar da fala parece escapar.

Imagem de Ceci n’est pas une pipe, de Magritte

Foto de Duchamp jogando xadrez,

Essa virtualização mundial tem efeitos na gestão de instituições culturais. A função dos museus já tem sido colocada em cheque desde o modernismo, e a virtualização traz novos fatores a esse desafio. O uso do museu tem sido questionado também pelo chamado visitante curioso, aquele que aparece ao fundo do quadro Las Meninas de Velasquez, que deseja um tipo de instituição que o atenda, exigindo que se façam novas experiências na gestão cultural.

Imagem de um hipercubo ao lado de outro cubo seccionado em camadas

Qual museu que se quer hoje’? Para a constituição desse museu pode ser feita tanto uma leitura deste como espaços localizados quanto uma leitura em camadas que podem ser atravessadas por temáticas diversas. O museu de hoje não pode deixar de lado essas duas concepções para a coleta de acervo e organização das coleções.

De volta à questão da distinção do moderno e contemporâneo, Martin colocou que assim como a arte moderna apareceu associada à modernização social, a arte contemporânea, ou global, apareceu associada a uma nova constituição do mercado de bens culturais.

Frente a esse cenário atual, qual museu nós queremos?, evidentemente se levando em conta o lugar Brasil. Dois intelectuais brasileiros foram então citados como referência de brasilidade e da peculiar relação centro e periferia: Roberto Schwarz e a concepção de idéias fora do lugar — idéias e instituições criadas em outros contextos e transplantadas aqui — e Silviano Santiago com sua noção de entre-lugar, — espaço gerado pelo encontro. Para Martin, para se refletir sobre a específica relação dentro/ fora nos aspectos culturais brasileiros, seu interesse recaiu na tensão entre estas duas concepções divergentes.

Fotos de Machado de Assis. Fotos do Rio de Janeiro, de Marc Ferrez (1896) Fotos do Imperador Pedro II

Machado de Assis, escritor mestiço brasileiro, começou a ser incluído na literatura universal por críticos norte-americanos. Paisagens fotografadas registraram a cidade do Rio de Janeiro se transformando em metrópole no final do século XIX. O Imperador D. Pedro II foi um imperador europeu tropicalizado. Em 1808, antecipou-se o pós-colonialismo no Brasil, com a vinda do rei português D. João VI, junto com ele chegaram também as primeiras instituições museológicas. São exemplos de casos que estimulam a pensar o Brasil em sua peculiaridade. A tensão centro-periferia como tema de reflexão e da própria atuação artística já vinha bem antes da data emblemática do modernismo brasileiro: a Semana de 1922.

Imagens de Santos Dumont e seus aviões do começo do século XX,

Santos Dumont ensinou o colonizador europeu a voar e mostrou-lhe uma outra perspectiva de observação: o chão visto do céu. Isso possibilitou a experiência de outras formas de pensar e organizar o mundo e alterou a própria percepção dos lugares.

Imagem de um croqui de Le Corbusier de uma área de edificações planejadas vista do alto Com Santos Dumont agora se pôde ver a terra do ponto de vista de um pássaro. Corbusier desenhou projetos para o Rio como se fossem vistos do céu, devolvendo-nos o que aprendeu com a perspectiva aérea de Santos Dumont.

Com esses exemplos, ressaltou-se que falta aos brasileiros explorar as próprias possibilidades sem a importação de modelos. Martin sugeriu reconfigurar conhecimento e métodos brasileiros para se entender a arte global, não apenas nos termos de mercado e mesmo instituições, mas nos termos dos artistas, dos poetas, das próprias experiências que a arte propicia.

Imagens de croquis e fotos dos edifícios do Ibirapuera,

Martin mostrou que houve uma correspondência entre o modernismo brasileiro com o modernismo internacional, mas Niemeyer trouxe uma outra chave para o modernismo brasileiro a partir dos anos 50.

Foto do MAC de Niterói .

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói traz uma ironia à maneira de Machado de Assis, pela sua própria forma, que não se volta para nenhuma especificidade que possa carregar um ranço europeu.

Fotos do interior do MASP com as obras dispostas no espaço conforme a concepção de Lina Bo Bardi

Para finalizar, foi ressaltado que nossos museus não têm a “tradição do cubo branco”, a tradição de espaços fechados e isolados do exterior. Por exemplo, o MAM Rio e principalmente o MASP de Lina Bardi, foram construídos com planos abertos, transparentes, com comunicação com o ambiente externo.

Ao abrir o debate, Marcelo Araújo comentou que o primeiro dia do workshop com Hans Belting encerrou com uma mesa que trouxe a preocupação com a institucionalização do moderno no Brasil. Em relação ao panorama apresentado pelos palestrantes, Marcelo antes de colocar uma questão, destacou ainda outros dois aspectos:

O primeiro aspecto foi que durante a primeira etapa do modernismo brasileiro, ao contrário das vanguardas européias, buscava-se construir e não destruir uma história da arte e as instituições de arte, pois estas eram incipientes ou não correspondiam plenamente à realidade brasileira.

Destacou também que nesse modernismo brasileiro houve uma presença peculiar da psicanálise que se manifestou na valorização da arte dos loucos. Por exemplo, o Museu do Inconsciente de Nise da Silveira valoriza a arte dos internos como arte.

A pergunta que lançou para o debate foi se a função dos museus hoje não seria a de propor a construção dos próprios sentidos pulverizados pela globalização.

Ana Belluzzo respondeu por meio de uma complementação aos aspectos destacados. Em relação ao primeiro ponto, afirmou que o modernismo no Brasil difere do modernismo europeu, pois enquanto este se voltou para fora da Europa, buscando formas artísticas de outros povos em contraposição à arte clássica e acadêmica, o brasileiro se voltou para dentro do país, rompeu com as normas acadêmicas que vinham da Europa e buscou temas e aspectos da cultura brasileira. O modernismo do Brasil seguiu na contramão do europeu, as ações modernistas brasileiras foram por um caminho próprio. Citou o exemplo de Mario de Andrade que buscou no Barroco mineiro a fonte de uma arte brasileira, para se contrapor ao acadêmico e fortalecer o moderno nacional. Lembrou que Mário de Andrade foi autor de leis e instituições de proteção ao patrimônio artístico e arquitetônico do Brasil.

Em relação ao segundo ponto, comentou que a poética surrealista na Europa estimulou processos de revelação do inconsciente pessoal. No Brasil surgiram figuras como Nise da Silveira no Rio de Janeiro, Osório César em São Paulo, criadores de práticas terapêuticas únicas dentro de instituições psiquiátricas, envolvendo arte dos loucos internados. O poder mobilizador do inconsciente apareceu aqui no Brasil ligado às questões clínicas e institucionais unidas com questões estéticas. Foi feita também uma referência a Mario Pedrosa e seu interesse pela arte das sociedades primitivas, das crianças, além da arte dos loucos.

Segundo Ana, não se pode abandonar a noção de modernismo como têm feito os europeus, pois no Brasil o modernismo representou uma aliança peculiar com elementos culturais locais e não uma simples ruptura com algo antigo.

De fato, o museu pode ampliar o sentido das obras, em várias direções. Para isso deu um exemplo atual. No Ceará, terra das bordadeiras e de um singular artesanato local, uma exposição recente de Leonilson mostrou este artista re-inscrito na cultura popular de seu lugar de nascimento. Ana concluiu sua resposta afirmando que o museu pode ser um espaço de re-inscrição futura, um lugar de re-descoberta, de re-encontro no universo do sentido.

Martin lembrou que a Semana de 22 foi um marco de um modernismo que também discutiu diretamente com o estrangeiro, os paulistas eram mais internacionalistas na época. Ao responder a questão proposta, afirmou ser muito positivo que o museu “cubo branco” não tenha se implantado no Brasil, nem com o modernismo. Niemeyer não chegou a projetar um museu em Brasília, pois para ele a própria cidade teria a função de um museu aberto da percepção. Mário Pedrosa propôs museus temáticos, buscava um certo registro e conservação das coisas brasileiras, mas com grande abertura para o resto do mundo.

Ana Letícia perguntou como a história da arte brasileira estaria sendo recontextualizada dentro da visão do projeto do Museu de Houston. [Anna Belluzzo faz parte desse projeto nos assuntos brasileiros, junto com a Universidade de São Paulo e a FAPESP]

Ana Belluzzo explicou que o Museu de Belas Artes em Houston criou esse projeto visando montar um Portal das Américas reunindo a fortuna crítica das artes latino-americana e latino-norte-americana. Devido à localização de Houston, em área de predomínio de norte-americanos de fala espanhola, o projeto envolveu também um pioneiro mapeamento da cultura artística dessa população hispano-norte-america. A proposta geral seria reunir textos críticos sobre arte elaborados no Brasil e em outros países latino-americanos no século XX.

Dois produtos são esperados como resultado:

1. disponibilização on-line no Portal desses textos, digitalizados em três línguas, inglês, espanhol e português.

2. produção bibliográfica de coletâneas e antologias.

Um aspecto interessante que ela apontou foi uma certa “luta” para a inclusão do português como uma das línguas “oficiais” do projeto. Além disso, percebeu-se que no Brasil não há uma tradição de uso de um vocabulário artístico internacional e isso tem trazido certas dificuldades em adequar esses textos a um vocabulário controlado comum, e inclusive em se estabelecer categorias para a coleta e seleção de textos. Por outro lado, o confronto da produção brasileira com a de outros países americanos e a necessidade de se reescrever a nossa experiência com um vocabulário padrão permitiram novas maneiras de pensar essa produção e as próprias obras de arte, permitiram também que percebêssemos nossas próprias especificidades.

Dentro da discussão do modernismo brasileiro frente à situação contemporânea, Ricardo Basbaum entrou no debate relembrando uma frase de Mario Pedrosa em que este disse que “o Brasil é um país condenado a ser moderno”. Essa frase, segundo ele, deu impressão que ainda faríamos uma Revolução no Brasil. Que ainda teríamos um destino futuro a cumprir. No entanto, seria o nacional-popular ainda tão importante? Não faz mais sentido nos transformarmos em uma nação. Para Basbaum, há mais interesse em acompanhar as pessoas que pensam e produzem em qualquer lugar do mundo. As linhas culturais diferem das fronteiras políticas, os pensadores e os criadores ultrapassam essas fronteiras. Além disso, o Brasil é heterogêneo e nunca vai se resolver numa coexistência harmônica. Hoje, o que valeria nas atividades culturais não é a construção de uma nação ou de um povo e sim o encontro com pessoas em vários outros lugares e oriundas de vários lugares.

Aracy Amaral iniciou sua contribuição ao debate com um elogio à colocação de Basbaum que, segundo ela, poderia abrir outro importante tema para ser discutido. A seguir comentou diversos tópicos discutidos nesse e em outros momentos do dia.

Em relação às vanguardas perdidas, assunto tratado em mesas anteriores, Aracy enfatizou que esses movimentos dizem respeito a vários paises da América Latina. Poucos historiadores europeus da arte falaram da arte latino-americana, dos cinéticos latino-americanos, por exemplo. Há também muitas outras vanguardas perdidas, ignoradas pelos historiadores da arte, inclusive dentro da própria Europa, como por exemplo, os concretos poloneses e tchecos. Aqui mesmo no Brasil pouco se conhece da arte asiática e africana.

Os comentários feitos anteriormente sobre a China mostraram a importância de se traçar políticas de inserção internacional. Na China, e também na Espanha, os arquitetos nacionais foram impedidos de participar dos concursos para a construção de  museus, o que demonstrou antes de tudo uma vontade de se ligar a grupos internacionais.

Aracy não concordou com os elogios a Niemeyer, pois ele seria um dos mais mal sucedidos construtores de museus. Citou como exemplo a aparência de “restaurante panorâmico” do MAC de Niterói. Por sua vez, ainda segundo Aracy, o MASP de Lina Bardi impedia a concentração, a fruição da obra de arte “concorria com as pernas em movimento de outros visitantes”, e aquele espaço de exposição todo aberto com obras enfileiradas era pouco acolhedor.

Martin respondeu que procurou mostrar que o tipo do museu europeu não pertence ao Brasil e não pegou aqui, nem nos tempos modernos. Seu objetivo era também avaliar as idéias intrínsecas a estas instituições e às suas políticas. No momento em que idéias e práticas efetivas dos participantes começaram a se confrontar de uma forma mais acalorada o debate precisou ser interrompido devido ao adiantado da hora deixando muitos pontos a serem explorados.

Esse relato buscou essencialmente descrever os tópicos apresentados pelos participantes. Grosso modo, o resultado geral dessa mesa se encontra atravessado por uma ênfase na reparação da modernidade, inclusive como prática institucional, enquanto capaz ainda de deter a chamada pulverização de sentido da situação contemporânea. Outras formas de resistências não poderiam ser encontradas nos próprios efeitos da denominada “pulverização”? A partir de quais forças se pode enfrentar, não a pulverização, mas uma homogeneização das atividades culturais e o enfraquecimento do potencial de transformações da atividade artística? Importaria então não apenas o “lugar de onde se fala”, mas também os lugares onde se fala e se propiciam encontros entre artistas, poetas, pensadores? São apenas algumas questões dentre muitas suscitadas pela discussão proposta pela mesa.