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Arte, colonialidade e curadoria: disciplina de pós-graduação do programa PPGAV da ECA-USP

2º semestre de 2014

 

2014 04 08 14 1.00.38

Disciplina: Arte, colonialidade, e curadoria

Professores

Martin Grossmann e María Iñigo Clavo

 

Objetivos

O curso estará focado na complexa história do encontro de várias forças culturais, intelectuais e artísticas que desde os anos 50 exploram a latência das relações coloniais na atualidade e no Ocidente. Estas forças, assumem diferentes formas dependendo do contexto local, tendo sido também reativadas pelas migrações nos antigos países hegemônicos. As diversas reações na teoria criaram uma corrente de pensamento que está em expansão atualmente e que se conhece como teorização pós-colonial. Esta corrente tem fornecido ferramentas metodológicas bem produtivas para pensar a colonialidade na contemporaneidade, como ela reordena nossas relações sociais e de classe. Revisaremos, em particular, os encontros entre os intelectuais caribenhos durante os anos cinquenta que foram muito importantes na teorização sobre as descolonizações africanas após a segunda Guerra Mundial. Também trabalharemos sobre as teorizações em torno do multiculturalismo dos anos 90 e a perspectiva pós-colonial desde os anos 80 até o presente. Da mesma forma, abordaremos conceitos como cidadania, colonialidade do poder e do saber, colonialismo interno, pensamento fronteiriço, crioulização do mundo, tradução, etc. Todos esses temas vão dialogar com projetos artísticos e curatoriais que sobretudo desde os anos oitenta estão pensando nestas questões.

O trabalho de grupo estará baseado num diálogo constante com os alunos, a leitura e comentário de textos, além de comentários sobre mostras e obras de arte.

Justificativa

A arte, como forma de conhecimento, tem fornecido muitos exemplos de reflexão crítica sobre a persistência das relações coloniais na América Latina, na Europa e nos Estados Unidos que têm se mostrado em diálogo fragmentado com a teorização pós- colonial. No curso veremos as possibilidades desse encontro metodológico e mostraremos que autores brasileiros têm se aproximado dessa perspectiva. Um dos objetivos transversais do curso será a pergunta sobre se esta teorização é um falso amigo da teoria brasileira ou se pode ser uma ferramenta útil para pensar as relações sociais do Brasil.

Conteúdo

1. Introdução ao curso: uma cartografia disciplinar e o lugar da cultura na esfera pública. 2. Black Lights: Os intelectuais caribenhos na Europa desde os anos 50. 1989: de Primitivism (MoMa) a Le Magiciens da Terre (Centre Georges Pompidou) 1989 de Jean Hubert Martin. 2. Os prefixos da modernidade latino-americana. A mostra Animism: Modernity through the Looking Glass de Ansel Franke (2012). 3. A crise da antropologia e do display da arte moderna: Les Statues Meurent Aussi de  Chris Marker and Alain Resnais e Les Maîtres Fous de Jean Rouch. Fred Wilson Rooms with a view: The struggle between culture, content and the context of art. Susan Vogel Art/Artifact (1988). 4. Frantz Fanon e Sartre, a emergência da teoria anticolonial. Da biopolítica de Foucault à necropolítica de Ashille Mbembe. 5. Orientalismos de Edward Said: Mona Hatoum, Zineb Sedira, Younes Baba-Ali e Rogelio López Cuenca. 6. Os dilemas do multiculturalismo. 7. Alguns conceitos-chave da teorização pós-colonial: crioulização do mundo, The New Mestiza, Hibridação, Essencialismo estratégico, pensamento fronteiriço, Colonidalidade do Poder e do Saber, diferença colonial, transmodernidade, Black Atlantic, Provinzializaçao de Europa, etc.  Por que a bienal de Havana de 1989? 6. É a teorização pós-colonial um falso amigo da teoria brasileira? Haroldo de Campos, Silviano Santiago e Roberto Schwarz, Alfredo Bosi 6. Colonialismo interno. 7. Tradução aqui e lá  8. Cidadania, Museu e migrações.

 

Bibliografia

Alunos

Tiago Gualberto
Leila Monsegur
Mayra Cimet

Claudia Rodriguez-Ponga

 

Foi possível algums encontros no Centro Cultural São Paulo a través do Marcio Harum.

fernanda aula 2014 05 14 16.34.01

Fernanda Clasejpg fernanda

Seminário com Fernanda Nogueira: Imaginando futuros. Ou como inventar uma historia estranha* que desnaturalize categorias coloniais e atividade pública no Centro Cultural São Paulo.

CCSP CONTRAHISTORIA

Encontro no Centro Cultural São Paulo com Pedro Cesarino, Tobi Maier, Leandro Cardoso e Beto Shwafaty (Contraescambos).

CCSPfinal

Apresentaçao final no Encontro no Centro Cultural São Paulo.