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A museificação dos centros urbanos: debate com Manuel Delgado e Raquel Rolnik

 

Fórum Permanente: Museus de Arte - entre o público e o privado








logos do apoio cultural da espanha (160)






 

Dando continuidade ao Ciclo de Debates em Arte Pública, o Centro Cultural da Espanha e o Fórum Permanente apresentam o debate O museu e a rua: a museificação dos centros urbanos, com o antropólogo e curador espanhol Manuel Delgado e a urbanista Raquel Rolnik.

Acesse os vídeos do encontro.

 

Vídeo apresentado por Manuel Delgado - llevame al museo papi  .


Data: 06/12/2007
Hora : 19h30
Local: Centro Cultural da Espanha/Agência Espanhola de Cooperação Internacional
Rua Martinico Prado 474 Higienópolis São Paulo 01224-010

 

Na atualidade, é comum encontramos exemplos que mesclam por um lado os valores associados à arte e à cultura em gera e, por outro, grandes dinâmicas de mutação urbana de um amplo espectro. As políticas de reconversão e reforma urbana que estão transformando tanto a fisionomia humana quanto morfológica das cidades, consistem em favorecer os processos de gentrificação e tematização dos centros históricos. assim como a renovação de bairros inteiros previamente abandonados a processos de deterioração, para sua posterior requalificação como zonas residenciais de categoria superior ou para sua adaptação às novas indústrias tecnológicas que demandam lógicas globalizadoras. Estes processos de transformação urbana são realizados, quase sem exceção, por todo tipo de atuações que invocam aos princípios abstratos da Arte, Cultura, Beleza, Sabedoria, etc.- valores nos quais as políticas de promoção urbana e a competição entre cidades encontram um valor a ser dotado de singularidade funcional e prestigio do que na prática são estratégias especuladoras e sensacionalistas, além de se constituírem em fonte de legitimação simbólica das instituições políticas diante da própria cidadania.

Nesse contexto, o estabelecimento de grandes conteúdos artístico-culturais em lugares chave aparece como uma espécie de adorno que acompanha uma reativação do espaço urbano efetuada partindo sempre de critérios de puro mercado e que acarreta por sua vez, operações de exclusão social daquela população que não será considerada “à altura” do novo território reativado. Tais iniciativas – quase sempre entregues à confiança de arquitetos-estrela – recebem a responsabilidade de executar tarefas que não são novas: de um lado, adornar a cidade, enfatizando os valores de harmonia, sugerindo a vida urbana ideal como experiência estética, e do outro desemaranhar a cidade, contribuir com a sua esquematização, oferecer lugares claros e esclarecedores nos quais se possa identificar com simplicidade o que deve ser visto e como fazê-lo, desativando ou diminuindo a crônica tendência do urbano à enturvação e opacidade.

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