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Casa Daros: Coleção Daros Latinamerica abre novos caminhos

Amanhã, 13 de maio, às 11h, na Casa Daros, o presidente do Conselho da Coleção Daros Latinamerica, Christian Verling, o diretor artístico da Coleção, Hans-Michael Herzog, e o diretor da Casa Daros, Dominik Casanova, estarão à disposição da imprensa para mais informações acerca do futuro da Casa Daros. Segue abaixo comunicado oficial.


Após a exposição “Made in Brasil”, a Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça, irá exibir na Casa Daros, no Rio de Janeiro, a partir de setembro de 2015, a exposição “Ficción y Fantasía – Arte de Cuba”, com 140 obras de 15 destacados artistas daquele país. Com o fim da exposição “Ficción y Fantasía – Arte de Cuba”, previsto para meados de dezembro de 2015, a Coleção Daros Latinamerica irá abrir novos caminhos e focar suas atividades públicas no contexto internacional, e redirecionará a Casa Daros para um novo objetivo. A Casa Daros é parte do patrimônio cultural brasileiro, cujo impacto ressoa pelo continente, e como tal deve permanecer preservada como uma plataforma viva para a população do Rio.

A abrangente Coleção Daros Latinamerica, com 1.200 obras de 120 artistas, nascidos ou que vivem na América Latina, continuará sendo cuidadosamente mantida, e aumentará o número de exposições e empréstimos para prestigiosos museus e instituições ao redor do mundo.

Desde 2006, a Coleção Daros Latinamerica vem desenvolvendo com a Casa Daros no Rio de Janeiro uma parte importante da história cultural brasileira. A partir de 2007, paralelamente à monumental e detalhada obra de restauração e modernização de seu edifício neoclássico, a Casa Daros realizou diversas atividades públicas de arte e educação. Assim, surgiu um espaço singular para a arte e educação, que hoje é reconhecida como uma importante plataforma para o intercâmbio da arte latino-americana.

Desde 2013, a Coleção Daros Latinamerica realiza na Casa Daros exposições com suas obras de arte. Com cerca de 20 exposições, assim como numerosas performances, conversas abertas com artistas, oficinas e encontros criativos, a Casa Daros apresentou ao público os pilares essenciais da Coleção Daros Latinamerica, e estabeleceu um diálogo vivo sobre arte latino-americana, a partir de seu próprio continente.

Nos próximos meses, várias instituições no mundo irão exibir obras da Coleção, como a Fundación Proa, em Buenos Aires, o Museu de Arte de Wolfsburg, na Alemanha, o Bildmuseet de Umeå, na Suécia, e também o Miami Art Museum (2016), nos EUA. Além disso, a Daros Latinamerica também disponibiliza integralmente sua Coleção na internet, e criou visitas virtuais para as exposições “Made in Brasil”, “Fabian Marcaccio – Paintant Stories” e “Ilusões”[1], que apresentam ao usuário as obras com conteúdos multimídia e elementos interativos, que convidam ao diálogo. A visita virtual da exposição “Ilusões” ganhou o “Silver Awards” em duas categorias do importante prêmio suíço “Best of Swiss Web Awards 2015”. Além disso, a Daros Latinamerica é reconhecida pelas cuidadosas publicações sobre artistas e obras selecionados que faz regularmente, e possui, na Europa, a maior biblioteca especializada em arte latino-americana contemporânea, que inclui mais de 8.500 monografias e catálogos de exposições.

“Ficción y Fantasía – Arte de Cuba”
Há poucos países na América Latina que têm uma paisagem cultural e artística tão próspera e constante ao longo de décadas como Cuba. Apesar de todas as adversidades econômicas e políticas que dominam a ilha caribenha, o Instituto Superior de Arte, da Universidad de las Artes de Cuba, tem sempre revelado talentosos artistas. Para a exposição “Ficción y Fantasia”, na Casa Daros no Rio de Janeiro, foram selecionados 15 artistas cubanos dos quais a maioria vive e trabalha em Havana.

As mais de 140 obras pertencentes à Coleção Daros Latinamerica foram produzidas entre 1975 e 2008, cobrindo um período de tempo de mais de trinta anos. A seleção não pretende abarcar todas as correntes artísticas de Cuba, mas busca transmitir uma excelente ideia das facetas mais importantes desta produção nas últimas décadas.

O ponto central de todas as considerações e estratégias artísticas continua a ser a ilha de Cuba, a sua cultura e a sua história. O sistema singular de governo, bem como o bloqueio e a precária situação econômica continuam a ser, em larga medida, o centro das atenções.

A partir de uma distância crítica, desde uma fina ironia até o sarcasmo, está a análise política e social, vista nos trabalhos de Lázaro Saavedra, René Francisco Rodríguez e Tonel. As relações e contradições especificamente cubanas, frequentemente bizarras, são igualmente refletidas por Ivan e Yoan Capote, utilizando os mais simples materiais.

O conceitualismo lúdico caracteriza os projetos no desenho, na sua maioria não realizados, de Los Carpinteros. A tensão entre a saudade e a realidade inevitável nos chega a partir dos trabalhos de Manuel Piña e Juan Carlos Alom, de uma maneira poética, enquanto Javier Castro, nos seus vídeos sobre o cotidiano, observa de forma inteligente a opinião do povo. Ana Mendieta e Tania Bruguera colocam, nas suas performances radicais, a sua feminilidade em relação à sociedade dominada pelos homens. Marta María Pérez Bravo analisa o seu papel perante o contexto iconográfico da Santería, uma das religiões sincréticas semelhante ao brasileiro Candomblé. José Bedia, Belkis Ayón e Santiago Rodríguez Olazábal discutem, por fim, sobre o mundo imaginário, misterioso, sobrenatural das religiões afro-cubanas.