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Setor cresce discretamente no Brasil

FOLHA DE S. PAULO

16 de janeiro de 2005

Folha DINHEIRO


Setor cresce discretamente no Brasil

da Redação

      Ainda pequeno, o mercado de arte brasileiro dá seus passinhos, conforme especialistas ouvidos pela Folha. "Uma nova geração de colecionadores vem se desenvolvendo, apostando em áreas menos badaladas, como fotografia, e em jovens artistas. O mercado está mais ativo que nos anos 90", aponta o crítico de arte Lorenzo Mammi, diretor do Centro Cultural Maria Antônia.
"As coleções institucionais são uma tendência crescente no mundo e que está chegando ao Brasil", analisa Alexandre Gabriel, 28, diretor da galeria Fortes Villaça.
      Mais contida, a galerista Luiza Strina diz que arte sempre foi e será um bom investimento. "Uma foto da Vick Muniz que valia US$ 10 mil nos anos 90 hoje custa US$ 80 mil. Uma peça da Beatriz Milhazes foi vendida por US$ 100 mil. Há dois anos, sairia por US$ 10 mil", estima. "O mercado está crescendo, mas pouco."
      O artista plástico Ricardo Ribenboim, administrador da Base7 Projetos Culturais, também é cauteloso. "O mercado ganha corpo, mas com pequeno formato." Para Gabriel, é uma questão cultural. "Tem mais gente interessada em comprar carro ou roupa do que arte. É o que dá status", analisa.
      Outra dificuldade, diz Mammi, é o fato de que museus públicos no Brasil não adquirem peças. As cotações surgem justamente dessas compras. "Sem essa atuação, os preços são meio aleatórios."
       Esses critérios também preocupam Ribenboim. "É absurdo o valor de boas obras, à venda em leilões, por serem de artistas ainda não "escolhidos" pelo mercado."
O circuito de arte sofreu um baque com a saída de cena de Edemar Cid Ferreira, dono do Banco Santos, atualmente sob intervenção do BC. Presidente do conselho da BrasilConnects, ele suspendeu as atividades da entidade, responsável por algumas das mais exitosas exposições de São Paulo nos últimos anos. "Não temos conseguido apoio financeiro para as mostras programadas para 2005", explicou Emilio Kalil, presidente-executivo da entidade.